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Pelé manda carta para Putin e pede fim à invasão na Ucrânia

Carta foi divulgada durante jogo entre Ucrânia e Escócia, que foi adiado por conta da invasão russa

Pelé e Vladimir Putin na abertura da Copa do Mundo, na Rússia (Dmitry Astakhov/AP/Reprodução)

Pelé e Vladimir Putin na abertura da Copa do Mundo, na Rússia (Dmitry Astakhov/AP/Reprodução)

LP

Laura Pancini

Publicado em 1 de junho de 2022 às 20h07.

Última atualização em 1 de junho de 2022 às 20h16.

Alguns minutos antes da Ucrânia realizar o seu primeiro jogo desde o início da guerra, o tricampeão mundial Pelé publicou em seu Instagram uma carta aberta para o presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Nesta quarta-feira, 1º, a Ucrânia jogou contra a Escócia em uma partida das Eliminatórias para o Mundial do Catar e venceu. O jogo foi adiado por conta da invasão russa.

Na carta, Pelé pede para que Putin pare com a invasão e lembra o encontro dos dois durante a abertura da Copa do Mundo na Rússia. "O poder de dar um fim a este conflito está nas suas mãos. As mesmas que apertei em Moscou, no nosso último encontro em 2017", escreveu.

Leia a carta de Pelé para Putin na íntegra:

"Hoje a Ucrânia tenta esquecer, ao menos por 90 minutos, a tragédia que ainda acontece em seu país. Competir por uma vaga na Copa do Mundo já é uma tarefa difícil. E se torna quase impossível com tantas vidas em jogo.

Eu quero utilizar a partida de hoje como uma oportunidade de fazer um pedido: pare com essa invasão. Não existem argumentos que justifiquem a violência.

Este conflito, assim como todos os outros, é perverso, injustificável e não traz nada além de dor, medo, terror e angústia. Não há razão para que ele perdure por ainda mais tempo.

Quando nos conhecemos no passado e trocamos um grande sorriso acompanhado de um longo aperto de mão, era inimaginável que poderíamos um dia estar tão divididos como estamos hoje.

A guerra só existe para separar nações, e não há ideologia que justifique os mísseis que agora enterram sonhos de crianças, separam famílias e matam inocentes.

Eu já vivi oito décadas, nas quais testemunhei guerras e vi líderes bradando ódio em nome da segurança do próprio povo. Não podemos regredir a esses tempos.

Devemos evoluir.

Anos atrás, eu prometi para mim mesmo que, enquanto eu conseguir, sempre levantarei minha voz a favor da paz. O poder de dar um fim a este conflito está nas suas mãos. As mesmas que apertei em Moscou, no nosso último encontro em 2017."

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