John Lennon e Paul McCartney. (Michael Ochs Archives/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2021 às 20h58.
Última atualização em 10 de outubro de 2021 às 22h07.
Quando os Beatles se separaram há mais de 50 anos atrás, Paul McCartney foi quem acabou arcando com a maior parte da culpa pela separação do grupo. Porém, em uma recente entrevista ao programa This Cultural Life da BBC, McCartney fez uma revelação inédita sobre o fim da banda. “Eu não instiguei a separação. Quem fez isso foi John”.
Relembrando o que considera como o “período mais difícil de sua vida”, McCartney revelou que queria que o grupo continuasse, especialmente porque depois de apenas oito anos juntos, eles ainda estavam criando “coisas muito boas [...] Abbey Road, Let It Be...”
Se Lennon não tivesse desistido, a jornada musical da banda poderia ter sido muito mais longa, afirma McCartney. "Poderia ter sido. A questão realmente era que John estava começando uma nova vida com Yoko. John sempre quis se libertar da sociedade porque, você sabe, ele foi criado por sua tia Mimi, que era bastante repressiva, então ele estava sempre procurando se libertar.”
Segundo informações do The Guardian, McCartney havia se separado unilateralmente da banda em 1970, quando respondeu à pergunta de um jornalista com a afirmação de que os Beatles não existiam mais. Ele também foi acusado de prejudicar a dinâmica do grupo ao pedir aos advogados que resolvessem suas disputas. “Tive que conviver com isso porque era o que as pessoas viam. Tudo que eu poderia fazer é dizer não”, admite.
Questionado sobre sua decisão de seguir carreira solo, McCartney disse: “Pare aí. Não sou a pessoa que instigou a separação. John entrou em uma sala um dia e disse que estou saindo dos Beatles". McCartney afirmou também que Lennon descreveu sua decisão de sair como "muito emocionante" e "como um divórcio".
A confusão sobre quem causou a separação surgiu porque o gerente do grupo na época, Allen Klein, pediu a eles para ficarem quietos sobre a separação enquanto ele fechava alguns negócios da banda. “Então, por alguns meses, tivemos que fingir”, disse McCartney. “Foi estranho porque todos nós sabíamos que era o fim dos Beatles, mas não podíamos simplesmente ir embora.”
"A separação tornou-se inevitável", afirmou, porque John “queria protestar por uma semana em Amsterdã pela paz". Porém, ele não culpa Yoko. “Eles eram um ótimo casal. Havia uma grande força ali”, acrescenta.
Segundo ele, os advogados foram trazidos para proteger o legado dos Beatles: “Eu tinha que lutar e a única maneira de lutar era processando os outros Beatles, porque eles estavam indo com Klein. E eles me agradeceram anos depois. Mas eu não provoquei a separação. Esse era o nosso Johnny".
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