(YouTube/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 13 de março de 2024 às 16h47.
Última atualização em 13 de março de 2024 às 19h08.
Um vídeo publicado há 11 dias intrigou cientistas do mundo todo. Uma orca, também chamada de baleia assassina, devorou um tubarão branco em apenas 2 minutos. A imagem foi capturada por um grupo de cientistas ao largo da costa de Mosselbaai, na África do Sul.
Esta é a primeira orca da história que foi observada caçando individualmente um tubarão branco. A espécie é conhecida por trabalhar em grupo e em bando, atacam leões-marinhos e focas.
Segundo a revista científica African Journal of Marine Science, isso representa a destreza excepcional das orcas e sua capacidade como predadores de topo. A bióloga marinha Alison Towner, especialista em tubarões brancos da Universidade de Bangor (País de Gales), identificou que desde 2017 orcas caçam tubarões na região.
Towner e sua equipe publicaram suas descobertas na African Journal em 2022 e continuaram documentando o comportamento. “O momento em que Starboard caçou rapidamente minha espécie favorita de tubarão foi devastador e poderoso”, detalha Towner. Nessas interações, pelo menos dois outros tubarões foram mortos por ataques de baleias assassinas.
Apesar do caráter surpreendente da descoberta, o fato também preocupou os especialistas. O evento levanta questões críticas sobre o impacto e as repercussões ecológicas que a predação por orcas pode causar nas populações de tubarões na região. “O declínio dos tubarões nos oceanos acarreta impactos em cascata nos ecossistemas marinhos devido ao desequilíbrio dos predadores”, detalha o autor. Portanto, consideram essencial compreender a dinâmica ecológica para os esforços de conservação marinha.
Especialistas mostram a necessidade de continuar investigando as causas, mas apontam as pressões humanas como uma possível causa do deslocamento das orcas. Principalmente para atividades como caça e pesca. “Os tubarões brancos são deslocados e os padrões de sobrevivência e realocação representam riscos potenciais, como a sobreposição com a pesca ou encontros humanos em áreas costeiras remotas mais a leste”, detalha Towner.
Esta espécie atua como um importante fluxo biológico de nutrientes entre ecossistemas, portanto, o abandono de uma área ou o menor sucesso na busca por alimento pode ter consequências no longo prazo na ciclagem de nutrientes.