Leonardo da Vinci: mistério em esboço revela mistério subterrâneo (BlueRed/REDA/Universal Images Group /Getty Images)
Publicado em 3 de fevereiro de 2025 às 15h18.
Leonardo da Vinci morreu há mais de 500 anos, mas ainda surpreende a humanidade com os misteriosos detalhes que deixou em suas obras de arte. Prova disso é a recente restauração de um esboço do artista, o Codex Forster, que trouxe à tona a existência de uma vasta rede de túneis subterrâneos sob o Castelo Sforza, em Milão, na Itália.
Convidado para decorar o castelo e planejar monumentos, da Vinci foi o responsável por registrar o sistema de túneis existentes na fortaleza medieval em um esboço até então destruído pelo tempo. Após restauração da obra, a documentação detalhada foi fundamental para a recente descoberta que, até então, era considerada parte do folclore medieval.
Gay, vegetariano, herético: o genial Da VinciOs pesquisadores da Universidade Politécnica de Milão e especialistas em radar de penetração no solo, a partir da documentação enigmática do artista, conseguiram mapear passagens secretas. E com o auxílio de tecnologias de ponta, puderam desvendar a extensão real desses túneis, muito além das passagens documentadas no famoso Codex Forster de Da Vinci, do século 15.
Construído em 1460 pelo Duque Francesco Sforza, o Castelo Sforza sempre foi envolto em mistérios — os túneis entre eles. O posicionamento estratégico da fortaleza, que servia não apenas como uma residência nobre, mas também como base militar, alimentou mitos de que a realeza tinha esconderijos nunca descobertos abaixo do castelo.
Historiadores acreditam que essas passagens tinham duplo propósito: militares e, mais intrigante, como rotas secretas para a nobreza. Uma das passagens mais reveladoras conecta o castelo à Basílica de Santa Maria delle Grazie, local onde está o famoso mural "A Última Ceia" de Da Vinci, além dos túmulos da família Sforza.
Esta conexão fortalece a teoria de que Ludovico Sforza, sucessor de Francesco, usava o caminho secreto para visitar o túmulo da esposa, Beatrice d'Este.
Além de enriquecer o legado histórico, a descoberta possibilitou a recriação digital do Castelo Sforza durante a época de sua inauguração. A equipe de pesquisa está desenvolvendo um “gêmeo digital” do castelo, utilizando realidade aumentada para oferecer aos visitantes uma experiência virtual única. A ideia é que, por meio dessa tecnologia, seja possível explorar os túneis e descobrir detalhes históricos que estavam escondidos até agora.
Franco Guzzetti, professor da Politécnica de Milão, comentou sobre o projeto em um comunicado: “Nosso objetivo é criar um modelo digital que não apenas represente a aparência atual do castelo, mas também nos ajude a explorar o passado e recuperar elementos históricos perdidos.”