Conde de Buffon: aristocrata francês sugeria inovações como o DNA muito antes de seu tempo (Heritage Image Partnership Ltd/Alamy/-)
Redação Exame
Publicado em 8 de abril de 2024 às 18h20.
Última atualização em 8 de abril de 2024 às 18h30.
Um novo livro tratará dos feitos e ideias de Georges-Louis Leclerc, conde de Buffon, conhecido por publicar ideias semelhantes às revolucionárias descobertas de Charles Darwin — mas mais de 100 anos antes da publicação de A Origem das Espécies. A obra, intitulada Every Living Thing, será publicada no dia 11 de abril.
Embora Leclerc não falasse em 'evolução', termo que foi criado posteriormente, ele foi um dos primeiros a mencionar a mudança das espécies ao longo do tempo. Tudo isso na década de 1740. Em seus trabalhos, o conde lidou ainda com a ideia de que animais tornavam-se extintos com o passar dos anos.
O próprio Darwin entrou em contato com os escritos de Leclerc logo depois de publicar sua obra-prima. "Páginas inteiras são ridiculamente parecidas com as minhas", escreveu a um amigo.
De acordo com o autor de Every Living Thing, Jason Roberts, o conde de Buffon mencionou até mesmo algo parecido com o DNA. "Ele sugeriu que teria de haver algum tipo de mecanismo interno — que a vida existe em um nível orgânico celular e que teria de haver algum tipo de receita ou 'molde interno' que a reprodução segue para montar os blocos das células em um tipo particular de organismo", afirmou ao jornal inglês The Guardian.
Ainda segundo Roberts, o aristocrata foi pioneiro na concepção do tempo em uma escala geológica. Afinal, o conde suspeitava que se tratava de milhões ou bilhões de anos — muito mais tempo do que a Bíblia estipulava.
No entanto, Leclerc nunca descobriu como as mudanças nas espécies ocorrem de fato. Nesse sentido, Charles Darwin foi absolutamente necessário para a evolução da ciência como a conhecemos.