Tinta branca contra aquecimento global: química pode ajudar a reduzir aumento da temperatura (Purdue University/Jared Pike/Divulgação)
Lucas Agrela
Publicado em 24 de setembro de 2021 às 13h42.
Quebrar um recorde mundial não era uma meta dos pesquisadores da Universidade de Purdue, mas a tinta mais branca do mundo entrou para o Guinness World Records nesta semana. A invenção, segundo seu criador, pode ajudar a reduzir os efeitos do aquecimento global e até mesmo reduzir ou eliminar a necessidade do uso de aparelhos de ar condicionado.
A tinta é capaz de absorver menos calor do sol do que uma tinta comum. Com isso, a superfície pintada com ela tinta é resfriada abaixo da temperatura ambiente e sem consumir energia para resfriar a estrutura em questão, como um prédio.
“Quando iniciamos o projeto, há cerca de sete anos, tínhamos economia de energia e combate às Mudanças Climáticas em mente”, afirma Xiulin Ruan, professor de engenharia mecânica na Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, em comunicado.
Detalhada em uma pesquisa publicada no periódico científico ACS Applied Materials & Interfaces, a tinta usa sulfato de bário e se mostrou capaz de absorver 98,1% da luz solar refletida. Com isso, a absorção de calor é de 1,9%.
Em horário de sol a pino, uma superfície com a nova tinta se mostrou 4,4 graus Celsius abaixo da temperatura ambiente. Já à noite, a diferença chegou a 10,5 graus Celsius.
O sulfato de bário não é um material incomum. Ele é usado, por exemplo, em maquiagens. No entanto, para ter um impacto no aquecimento global, muitas superfícies do mundo precisariam ser pintadas com a nova tinta, entre 0,5% e 1% das construções do planeta.