Roubo do Museu Gardner: relembre o caso (DEA / M. BORCHI/Getty Images)
Repórter de POP
Publicado em 8 de abril de 2024 às 14h51.
Última atualização em 8 de abril de 2024 às 15h05.
Já se passaram 34 anos e a polícia ainda não encontrou as 13 obras de arte levadas no maior esquema de roubos da história. O "Roubo do Museu Gardner", que aconteceu no dia 18 de março de 1990, é até hoje considerado como um dos mais custosos furtos já feitos: deixou mais de R$ 2,5 bilhões em prejuízo.
Naquele dia, dois homens disfarçados de policiais entraram no museu localizado em Boston , nos Estados Unidos, e levaram 13 peças, incluindo um quadro raro do artista Johannes Vermeer e três outros de Remebrandt.
O total do que foi levado somava US$ 500 milhões e o museu, desde então, não repôs novas obras no lugar em que aquelas estariam penduradas. As paredes permaneceram vazias, uma forma de relembrar o que aconteceu.
Design na SP-Arte: Jader Almeida retorna à feiraMais de três décadas depois, a investigação segue em aberto, mas sem maiores pistas do que as já encontradas nos anos 1990. Não há rastros de onde possam estar as obras perdidas, tampouco quem são os ladrões e, em março, um dos principais aliados da investigação, Richard Abarth — vigia que permitiu, sem saber o que estava para acontecer, a entrada dos dois "policiais" — morreu, aos 57 anos.
O caso ainda é repleto de mistérios e algumas inconsistências, investigado e relembrado por boa parte das pessoas mundo afora. Chegou até mesmo a ganhar um documentário, "O Maior Roubo de Arte de Todos os Tempos", disponível na Netflix.
Essa é uma daquelas perguntas que vale ouro. Os investigadores do caso, ao longo dos últimos 34 anos, ainda buscam pela resposta e já colocaram muita gente na lista de suspeitos, seguindo a lista de teorias que surgiram no meio do caminho.
Segundo reportagem do NYT, os mais prováveis são George Reissfelder e Lenny DiMuzio, indicados pelo FBI como possíveis autores do crime. A explicação da escolha, entretanto, nunca foi a público.
De planejamento da máfia até conspirações separatistas, os motivos do roubo tem todo tipo explicação por parte das crenças populares. Mas ainda está longe de ser solucionado.
Os dois funcionários se passaram por policiais e persuadiram os vigias para entrar no museu.
"Pelo interfone, do lado de fora, os ladrões disseram que estavam respondendo a um relato de distúrbio. Parecia plausível. Afinal, era a noite do Dia de St. Patrick e foliões ainda estavam na rua", lembra Anthony Amore, chefe de segurança da entidade, em depoimento divulgado pelo museu.
"Uma vez dentro do museu, eles imediatamente dominaram os guardas. Cobriram seus olhos e suas bocas com fita adesiva e os colocaram no porão, longe um do outro, algemados".
Richard Abarth foi um dos vigias algemados. Ele ficou da 1h20 da manhã até as 8h15 preso, até ser liberado pelos verdadeiros policiais que foram investigar o caso.
Dentro do museu, os ladrões passaram mais de uma hora para realizar o furto e tiveram dificuldades com algumas travas de segurança.
SP-Arte comemora duas décadas de estrada e faz esquenta em galerias por São PauloEmbora o roubo tenha levado obras valiosas, os outros 11 itens não parecem ter muita relação entre si e não são de valor alto, o que indica que os ladrões muito provavelmente não eram especialistas em arte. Foram levados, por exemplo, um vaso chinês de metal, uma águia de bronze e cinco esboços pequenos de Edgar Degas.
Entre as peças de maior valor estavam "Cristo na Tempestade no Mar da Galileia" (1633) e "Dama e Cavalheiro de Preto", do artista Rembrandt, e "O Concerto" (1663-1666), de Vermeer, com valor estimado em US$ 200 milhões.
Outros itens bem mais valiosos, até próximos as obras roubadas, foram deixados intactos. Figurinos de jade que valiam milhões de dólares, um desenho de Michelangelo e até mesmo um autorretrato de Rembrandt, que chegou a ser tirado da parede, foram deixados.
"Eu realmente acredito que eles provavelmente esqueceram", teoriza Anthony Amore, em entrevista divulgada pelo museu. O autoretrato era mais pesado e estava em um painel de carvalho.
Até o momento, não há novidades no caso e ninguém ainda foi preso pelo roubo. "Seguimos todas as pistas e continuamos a investigar novas pistas. Tudo o que importa é descobrir onde elas estão hoje e trazê-las de volta", disse Amore, atual chefe de segurança do Gardner.