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Morgan Spurlock, diretor de 'Super Size Me', morre de câncer aos 53 anos

Com o documentário, cineasta foi indicado ao Oscar e arrecadou cerca de US$ 22 milhões nas bilheterias em todo o mundo

Morgan Spurlock em cena de 'Super Size Me' (2004) (Reprodução)

Morgan Spurlock em cena de 'Super Size Me' (2004) (Reprodução)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter da Home

Publicado em 24 de maio de 2024 às 14h19.

Última atualização em 24 de maio de 2024 às 14h31.

Morgan Spurlock, diretor do aclamado documentário "Super Size Me – A dieta do palhaço", faleceu aos 53 anos nesta quinta-feira, 24. Sua morte foi confirmada pela família após uma batalha contra o câncer.

"É um dia triste, quando nos despedimos do meu irmão Morgan”, disse Craig Spurlock, que trabalhou com o irmão em vários projetos. “Morgan deu muito por meio de sua arte, de suas ideias e de sua generosidade. Hoje o mundo perdeu um verdadeiro gênio criativo e um homem especial. Estou muito orgulhoso de ter trabalhado com ele.”

Spurlock alcançou o estrelato com o lançamento de "Super Size Me – A dieta do palhaço" em 2004, um filme que expunha os desafios da obesidade nos Estados Unidos. O documentário, indicado ao Oscar, conquistou grande sucesso nas bilheterias, arrecadando cerca de US$ 22 milhões em todo o mundo, um feito notável para uma produção de baixo orçamento.

"Super Size Me" foi uma crítica às redes de fast-food. Spurlock se submeteu a um experimento extremo, consumindo exclusivamente refeições do McDonald's no café da manhã, almoço e jantar durante um mês. Os resultados foram alarmantes: ele ganhou 11 quilos de peso, além de experimentar significativos aumentos nos níveis de colesterol e pressão arterial.

Carreira

Morgan Spurlock, diretor de 'Super Size Me' (2004) ( Steve Russell /Getty Images)

Nascido em 7 de novembro de 1970, na cidade de Parkersburg, Estados Unidos, Morgan Spurlock teve uma infância marcada pela religião e formou-se em cinema pela Universidade de Nova York em 1993.

Após o sucesso de "Super Size Me", Spurlock dedicou-se a uma série de projetos por meio de sua produtora, Warrior Poets. Ele dirigiu e produziu aproximadamente 70 documentários ou séries, frequentemente abordando temas controversos e frequentemente assumindo o papel de protagonista.

Spurlock explorou assuntos como a guerra no Afeganistão em "Where in the World Is Osama Bin Laden?"; questões relacionadas ao salário mínimo e trabalho imigrante em "30 Days"; a influência do marketing sobre os consumidores em "The Greatest Movie Ever Sold"; e o impacto das grandes corporações sobre as fazendas familiares em "Super Size Me 2: O Frango Nosso de Cada Dia".

Polêmicas

Em 2017, Spurlock admitiu que tinha um histórico de estupro e assédio. A revelação ocorreu durante o momento em que o movimento #MeToo estava em alta, em razão de uma série de denúncias contra executivos e atores de Hollywood, como Harvey Weinstein.

Em uma publicação no Twitter, ele afirmou que foi acusado de estupro durante a universidade e assediou uma assistente de trabalho. O americano relatou que não foi denunciado pelos crimes, mas que decidiu revelar o histórico abusivo ao assistir a "heróis e mais heróis" caírem e se motivar a ser uma pessoa melhor.

"Eu sou parte do problema. Na minha vida, houve vários momentos que se assemelham ao que vemos nas notícias. Quando estava na universidade, uma garota com que fiquei por uma noite me acusou de estupro. Não houve queixas ou investigações, mas ela escreveu sobre isso em um trabalho de classe e colocou o meu nome", recordou o americano.

De acordo com seu relato, o cineasta confrontou a vítima por pensar que a relação sexual foi consentida. Os dois estavam bêbados, e a mulher precisou explicar que negou o ato e sofreu com a insistência do documentarista. Anos depois, Spurlock fechou um acordo para uma acusação de assédio a uma funcionária não parar nas autoridades. "Foi só verbal, mas foi tão ruim quanto", reconheceu.

Spurlock também revelou aos seguidores que traiu todas as mulheres e namoradas com que se relacionou e que sofreu abuso sexual quando era criança e adolescente.

"Ao reconhecer e abrir publicamente o que fiz nesta situação terrível, eu espero empoderar a mudança em mim mesmo. Nós todos devemos achar a coragem para admitir nossas falhas. Mais do que qualquer coisa, espero reconstruir a confiança e o respeito daqueles que mais amo. Não sei se mereço, mas vou trabalhar todos os dias para reconquistar. Eu farei melhor. Eu serei melhor. Acredito que todos podemos ser melhores".

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