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Míssil que não explode? Como funciona arma usada pelos EUA para matar líder da Al-Qaeda

Os mísseis secretos foram disparados de um drone sem a presença militar americana no terreno e, segundo Joe Biden, não causaram vítimas civis

EUA: o uso do R9X nunca foi reconhecido pelo Pentágono ou pela CIA, mas sua existência foi mencionada pela primeira vez em março de 2017 (AFP/AFP)

EUA: o uso do R9X nunca foi reconhecido pelo Pentágono ou pela CIA, mas sua existência foi mencionada pela primeira vez em março de 2017 (AFP/AFP)

AM

André Martins

Publicado em 3 de agosto de 2022 às 13h21.

Última atualização em 3 de agosto de 2022 às 13h25.

Os Estados Unidos utilizaram dois mísseis que não explodem desenvolvidos com base em mísseis Hellfire para matar o líder da Al-Qaeda Ayman al-Zawahiri.

Os mísseis secretos foram disparados de um drone sem a presença militar americana no terreno e, segundo Joe Biden, não causaram vítimas civis. Zawahiri estava em pé em uma varanda da sua casa no centro de Cabul, no Afeganistão. Segundo a agência Reuters, autoridades americanas afirmaram que a CIA foi responsável pelo ataque.

O artefato utilizado pelos americanos não é conhecido do grande público e serve para situações em que não há combate. Imagens do ataque nas redes sociais apontaram que a nova versão do Hellfire, chamada R9X e apelidada de "bomba ninja", não tem ogiva para detonar, mas seis lâminas afiadas que giram em alta velocidade, o que têm como objetivo esquartejar o alvo. Foi possível visualizar que janelas foram destruídas, mas a estrutura da casa de três andares permaneceu intacta.

O uso do R9X nunca foi reconhecido pelo Pentágono ou pela CIA, mas sua existência foi mencionada pela primeira vez em março de 2017, quando o líder da  Al-Qaeda Abu Kheir Al-Masri foi morto por um ataque de drone enquanto viajava em um carro na Síria. As fotos mostravam um grande buraco no teto do carro. O interior do veículo e seus ocupantes foram estilhaçados, mas a frente e a traseira do carro pareciam completamente intactas.

Uma reportagem do Wall Street Journal de 2019 confirmou o uso do míssil ninja naquele ano para matar Jamal Al-Badaoui, vice-líder do ataque suicida de outubro de 2000 ao destróier americano USS Cole no porto de Aden, no Iêmen. Autoridades americanas disseram para a reportagem que o míssil é uma bigorna que cai do céu a toda velocidade. O Hellfire R9X teria sido usado repetidamente em vários ataques na Líbia, Síria, Iraque, Iêmen e Somália.

Fabricado pela empresa Lockheed Martin, a versão conhecida do míssil Hellfire é guiada com precisão para ataques que partem do ar em direção à terra e tem capacidade de derrubar prédios inteiros, causando grandes danos. Segundo o portal G1, mais de 29 entidades possuem esses mísseis, mas pouco se sabe sobre a versão modificada.

Considerado o cérebro por trás dos atentados de 11 de setembro de 2001, que deixaram quase 3 mil mortos em Nova York, al-Zawahiri assumiu a liderança da organização terrorista depois da morte de Osama bin Laden, em 2011.

Ele era um dos terroristas mais procurados no mundo pelos Estados Unidos, que ofereciam US$ 25 milhões em recompensa por qualquer informação que levasse à sua prisão ou condenação.

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