Lil Nas X: artista americano trouxe Pabllo Vittar para rebolar no palco (Lollapalooza/Divulgação)
Repórter
Publicado em 25 de março de 2023 às 09h23.
O Lollapalooza abriu suas portas ao público ontem, 24, e deu início à sua décima edição do festival. O Autódromo de Interlagos, em São Paulo, recebeu novamente filas quilométricas e shows de artistas gigantes como Pedro Sampaio, Lil Nas X e Billie Eilish.
Quando o dia ainda estava tão quente que ficar fora da sombra era quase como uma prova de resistência no BBB, nomes nacionais como Baby e Anavitória trouxeram os refrescos ao palco Budweiser. Mesmo com o calor intenso, as duplas, que pisaram pela primeira vez nos palcos do festival, não contiveram a animação e felicidade em shows enérgicos.
O casal paranaense Luê e Mateo, conhecidos como "Baby", trouxeram o projeto musical que começou como uma forma de passar o tempo durante a pandemia do coronavírus em 2020, sem ambição de um dia tocar nos palcos de um dos maiores festivais do país. Mateo é da banda "Francisco, El Hombre", que já tocou no Lolla.
Já Anavitória tem quase uma década na música e um som tão Lollapalooza que fica difícil de acreditar que aquela foi a primeira vez que elas tocaram no evento. Ana Clara e Vitória Fernandes pareciam flutuar pelo palco com vestidos amarelos e soltos, virando mais um ponto de luz naquele dia tão ensolarado.
Ao longo do dia, a sexta-feira se tornou uma farofa musical das boas. Pedro Sampaio, Black Alien, Planta & Raiz também diversificaram a setlist do primeiro dia de evento. O DJ "Pe-dro Sam-pa-io" viralizou nas redes sociais após se assumir bissexual durante o show. Assista ao momento:
https://twitter.com/bchartsnet/status/1639382797742747648
Dos artistas internacionais, três nomes nunca haviam se apresentado no Brasil: Conan Gray, o princípe das músicas tristes; a gigante Billie Eilish e o rapper Lil Nas X. Eles entregaram shows lotados e cheios de energia, mas o destaque definitivamente vai para Lil.
O dono do sucesso "Old Town Road", cuja mistura de rap e country causou revolta nos cowboys americanos alguns anos atrás, continua invicto em sua missão de não deixar ser definido por nada e nem ninguém.
Lil Nas X abriu o show em um vestido extravagante de pérolas, usando um cabelo comprido ao meio de um cenário desértico que remete ao single "Montero (Call Me By Your Name)". Um homem gay e preto que transita entre o rap e o pop, dois gêneros cujo público dificilmente se mistura.
Olhando quem assiste, inclusive, é possível perceber essa diferença: o público LGBTQIA+ vibra com as trocas de roupas e pop mais melódicos, enquanto os versos agressivos de rap são mais apreciados pelos grupos de meninos adolescentes e jovens adultos. Mas todos comemoram quando Pabllo Vittar chega aos palcos para rebolar com o rapper.
As coreografias sensuais com dançarinos, os animais gigantes que aparecem -- em um momento, Lil chega montado em um cavalo de dois metros de altura -- e as pausas para trocas de roupas são sintomas de um show de diva pop mas, acima de tudo, de um show bem feito.