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IMAX tem bilheteria global de US$ 1,1 bilhão em 2023 — e quer expandir presença no Brasil

Com a estreia de "Oppenheimer" e "Duna Parte 2", ambos filmados para salas IMAX, a empresa teve um de seus melhores resultados na história

IMAX: empresa bate recordes com novo faturamento (IMAX/Divulgação)

IMAX: empresa bate recordes com novo faturamento (IMAX/Divulgação)

Luiza Vilela
Luiza Vilela

Repórter de POP

Publicado em 9 de agosto de 2024 às 17h06.

Última atualização em 9 de agosto de 2024 às 17h27.

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"Você pode assistir a um filme ou fazer parte dele". Esse é o bordão do IMAX, um formato de sala de cinema criado no Canadá para maximizar a experiência do usuário. E o slogan cumpre o que promete: o espaço segue um conjunto de regras restritas que consistem, sobretudo em uma tela padrão de 22 metros de largura e 16,1 metros de altura, no mínimo, e um som com tecnologia avançada, na maior parte das vezes a laser. Assim, garantem uma experiência superimersiva.

No ano passado, depois da recomendação de Christopher Nolan para que o público fosse assistir “Oppenheimer” no cinema em salas IMAX, seguido por Denis Villaneuve com “Duna: Parte 2 nesse ano, a busca por esses espaços cresceu. Ambos os filmes foram gravados com câmeras IMAX, já pensados para a experiência. E com uma repentina retomada da indústria cinematográfica em 2023 resultado do lançamento do filme da bomba atômica em conjunto com de “Barbie”, que atraiu milhões de pessoas no mundo todo de volta para as salas de cinema , a empresa viu sua bilheteria global bater os US$ 1,1 bilhão, com crescimento de 67% nas instalações ano a ano.

“Para garantir a melhor experiência cinematográfica possível para o público, a empresa tem trabalhado de forma muito próxima aos cineastas, atores e produtores para encorajar o uso das câmeras e dos filmes IMAX”, disse Jason Swanson, Vice-Presidente de Vendas das Américas para IMAX Corporation em entrevista exclusiva à EXAME. “É um jeito não só de garantir uma qualidade maior para quem está por trás das câmeras planejando um novo filme, mas também de fazer com que as pessoas de fato se sintam parte daquilo que assistem”.

A receita maior abriu margens para que, nos próximos anos, a IMAX aumente ainda mais o alcance e faturamento com suas salas superimersivas. Em 2025, serão lançados mais 14 títulos filmados com câmeras da empresa, entre eles, blockbusters como Missão: Impossível – Acerto de Contas – 2” e “Superman: Legacy. A notícia foi enviada à EXAME com exclusividade.

Quando custa produzir uma sala IMAX?

No Brasil, quem quer ter acesso ao melhor do cinema precisa pagar um preço um pouco mais salgado no ingresso — a experiência IMAX custa, em média, 15% a mais do que um ingresso comum (sem uso de 3D) – e ainda morar em uma das capitais que tenham essas salas: são só 12 em todo o Brasil, das 1.772  disponíveis em 89 países. Um quarto das brasileiras fica na capital de São Paulo, no Cinépolis JK Iguatemi, no Espaço Itaú de Cinema (Shopping Bourbon) e no UCI Anália Franco (Shopping Análisa Franco).

“Não é tão simples implementar uma sala IMAX em um lugar, porque não se trata só de adaptar uma sala de cinema já existente. Há uma porção de tecnologias de som, isolamento acústico e espaço que são mandatórios”, explicou Jason à EXAME. “São poucas as salas no Brasil, mas temos em mente aumentar esse número em breve. Há um potencial de crescimento tremendo no Brasil”, disse. “Os brasileiros de fato fizeram parte do sucesso da marca, e a audiência aprecia as salas que oferecemos com entusiasmo”.

Mercado e espaço para o IMAX não faltam em solo brasilero. O país está entre os 25 países do mundo que mais compram ingressos dessa experiência superimersiva e é o primeiro na América do Sul. Além dos filmes produzidos especificamente para IMAX, o brasileiro também consome produções que foram convertidas para o formato.

Mas o custo para produzir uma sala como essa pode ser salgado. Segundo Jason, o preço total varia muito, dependendo de uma ampla variedade de parâmetros específicos.

“Não consigo passar um valor exato, até porque muda de país para país, depende da localização, do que temos lá dentro. Seja construindo do zero ou reformando um auditório existente, o mais importante é que as especificações de design do IMAX sejam atendidas”, explicou o executivo.

2023 foi um dos melhores da história para IMAX

Com a retomada do cinema nos últimos anos, as salas IMAX tiveram uma baixa forte durante a pandemia, assim como o mercado como um todo. Em 2023, no entanto, com a chegada de “Oppenheimer” nos cinemas, o resultado voltou bem mais promissor. “Duna Parte 2”, que foi lançado em fevereiro deste ano, também amplificou a receita da empresa.

“Foi o nosso melhor ano de bilheteria doméstica (nos Estados Unidos). Nossa participação de mercado aumentou em todo o mundo desde a pré-pandemia, incluindo mais de 40% no mercado dos EUA. Entregamos uma indexação excelente ao longo de 2023, incluindo mais de US$ 190 milhões em datas - ou cerca de 20% da bilheteria total de ‘Oppenheimer’, em menos de um por cento das telas em todo o mundo”, contou Jason. “’Duna Parte 2’ foi outro filme que foi filmado para IMAX e levou milhares de pessoas às alas. Pense nisso, um em cada cinco membros da audiência desses dois filmes os experimentou em IMAX”.

Com a tecnologia completa, que vai desde as câmeras à sala de cinema, a tendência é que haja cada vez mais lojas e mais espaço no mercado. Em 2024,  há mais filmes gravados para títulos IMAX — ou seja, em produção com IMAX e câmeras digitais certificadas IMAX — do que em qualquer outro momento da história da companhia.

Diferentes em estética, iguais em imersão

Nos 89 países na qual está presente, a experiência IMAX tem pequenas variações de sala para sala. O mínimo tamanho de tela é atendido em vários lugares do mundo, mas pode ser expandido. Em Nova York, por exemplo, há sala de cinema IMAX com telas bem maiores e uma qualidade de som diferenciada.

Não há dois cinemas IMAX idênticos em estética. Independentemente disso, o público ao redor do mundo é recebido com a mesma experiência magnificamente imersiva, não importa qual cinema IMAX eles visitem”, completou Jason.

No Brasil, as duas salas IMAX que têm as maiores telas – e, por consequência, as melhores experiências – são a do Cineflix, em Cotia (São Paulo), e a do IMAX Palladium, em Curitiba (Paraná).

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