Os restos mortais do homem desaparecido foram identificados como Nicholas Paul Grubb, 27 anos, que era de Fort Washington, Pensilvânia. (Berks County Coroner Office/Reprodução)
Redator na Exame
Publicado em 3 de setembro de 2024 às 09h17.
Após 47 anos de mistério e investigação, as autoridades finalmente desvendaram a identidade do homem conhecido como "Pinnacle Man", encontrado congelado em uma caverna nas proximidades da Trilha dos Apalaches, na Pensilvânia, nos Estados Unidos. Em 16 de janeiro de 1977, dois andarilhos encontraram o corpo de um homem em uma caverna abaixo do Pinnacle, um famoso ponto de vista localizado no município de Albany, cerca de 120 km ao noroeste da Filadélfia. A reportagem é do The New York Times.
Na época, as autoridades realizaram uma autópsia no corpo e coletaram suas impressões digitais, determinando que ele era um homem com idade entre 25 e 35 anos, possuía olhos azuis e cabelos longos, cacheados e avermelhados. Sem indícios de violência, a morte foi atribuída a uma overdose de drogas, considerada suicídio. Como ninguém apareceu para reclamar o corpo, o homem foi enterrado em uma vala comum, sem nome e sem história.
Com o passar dos anos, as impressões digitais originais desapareceram misteriosamente, e as cópias que restaram eram de qualidade inferior, impossibilitando qualquer tentativa de identificação. Contudo, na semana passada, durante uma coletiva de imprensa, as autoridades do Condado de Berks anunciaram a identificação do homem como Nicholas Paul Grubb, que tinha 27 anos na época de sua morte e era originário de Fort Washington, Pensilvânia.
A identificação de Grubb foi um feito significativo, resultado do trabalho meticuloso do policial estadual Ian Keck. Ele encontrou as impressões digitais originais em arquivos antigos da polícia, que até então eram consideradas perdidas. A partir dessa descoberta, o FBI conseguiu identificar Grubb em menos de uma hora. O chefe adjunto do escritório do legista, George Holmes, explicou que a jornada para identificar o "Pinnacle Man" começou em 2009, quando o caso chamou a atenção das autoridades locais.
Desde então, diversas tentativas foram feitas para identificar o homem, comparando suas impressões digitais e registros dentários com os de pessoas desaparecidas, mas todas foram infrutíferas. Em 2019, o corpo de Grubb foi exumado para a extração de DNA, na esperança de avançar na investigação. Contudo, os resultados dos testes foram inconclusivos, gerando frustração entre os investigadores.
Nicholas Paul Grubb foi membro da Guarda Nacional do Exército da Pensilvânia durante os anos 1970 e passou algum tempo no Colorado, onde, em 1975, teve uma interação com a polícia que resultou na coleta de suas impressões digitais. Esse registro foi essencial para a identificação anos depois. O caso destaca a importância do trabalho persistente e minucioso de investigação, que permitiu trazer respostas para um mistério que perdurava por quase meio século.
Ainda restam muitas perguntas sobre os últimos dias de Grubb.Ele foi encontrado vestindo roupas leves, inadequadas para o frio rigoroso da época, e havia sinais de que tentou acender uma fogueira no local. No entanto, não foram encontrados alimentos ou equipamentos de acampamento, o que levanta questões sobre suas intenções e o que o levou até aquela caverna. As autoridades continuam investigando o caso na esperança de esclarecer completamente as circunstâncias que cercam a morte de Nicholas Paul Grubb.