Internado em São Paulo, ele está passando por diálise (Redes Sociais/Reprodução)
Repórter da Home
Publicado em 21 de agosto de 2023 às 17h06.
Última atualização em 27 de agosto de 2023 às 17h34.
Na última semana, Fausto Silva, de 73 anos, assustou os fãs após sua equipe revelar sua internação em São Paulo, para tratar insuficiência cardíaca. No entanto, foi revelado no domingo, 20, que o quadro de saúde do apresentador piorou e ele precisará urgentemente de um transplante de coração.
O boletim médico do Hospital Albert Einstein, onde Faustão está internado, também afirmou que ele passa por hemodiálise e foi incluído na fila de transplantes do Sistema Único de Saúde (SUS) e aguarda a disponibilidade do órgão.O agravamento do estado de Faustão levanta não apenas preocupações mas também dúvidas a respeito do processo para realização de transplantes no país, especialmente para a aquisição de um novo coração.
Atualização: o apresentador Fausto Silva foi operado neste domingo, 27 de agosto. Leia mais aqui.
Segundo o Ministério da Saúde, o transplante é um procedimento cirúrgico que consiste na reposição de um órgão (coração, pulmão, rim, pâncreas, fígado) ou tecido (medula óssea, ossos, córneas) de uma pessoa doente (receptor), por outro órgão ou tecido normal de um doador vivo ou morto.
A legislação em vigor afirma que qualquer pessoa saudável maior de 18 anos pode ser uma doadora de órgãos. No entanto, o candidato deve ser parente do receptor em até quarto grau e possuir compatibilidade sanguínea. Se o doador não for um parente relacionado é necessária autorização judicial prévia. Além do parecer de um médico, a decisão final também depende da vontade da família do paciente.
O processo conta com o suporte do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), sob o controle do Ministério da Saúde, que é responsável pela regulamentação, controle e monitoramento do processo de doação e transplantes.
Durante a avaliação de um possível doador, o médico responsável pelo procedimento deverá avaliar a história clínica da pessoa e as doenças prévias. Outro fator primordial nesta ação é a compatibilidade sanguínea. Há também testes especiais que ajudam na seleção do doador que apresenta maior chance de sucesso.
Por questões éticas, não é possível que a família do doador saiba para quem o órgão foi doado. Tanto o paciente transplantado como o doador devem permanecer no anonimato.
Os pacientes necessitados de um novo órgão podem adquirir de um doador vivo: um dos rins, parte do fígado, parte da medula e parte dos pulmões.
Por outro lado, de um doador não vivo, podem ser transplantados: órgãos como rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino. Além de tecidos como córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, veias e artérias, informou o Ministério da Saúde.
O doador é encaminhado à sala de cirurgia, sendo realizada a assepsia e outros preparos iniciais. Em seguida, são realizados os procedimentos para a retirada dos órgãos doados, que consistem métodos semelhantes aos de qualquer operação.
Apesar do altruísmo, muitos doadores têm dúvidas se terão problemas de saúde após a cirurgia. Para evitar qualquer adversidade futura, são feitas avaliações pré-operatórias no candidato. Ele também é submetido a outras avaliações clínicas e cirúrgicas, para que o transplante de intervivos ocorra da maneira mais segura possível.
No entanto, o doador deve levar em conta que todo o procedimento cirúrgico tem risco de complicações graves, mesmo que seja um risco pequeno.
O coração é o principal órgão do sistema cardiovascular, que funciona como uma câmara que ajuda a impulsionar sangue para todo o corpo, de 60 a 100 vezes por minuto, para que os demais órgãos possam realizar suas funções vitais.
Por outro lado, quando o coração apresenta diminuição ou perda da função de bombear sangue, o órgão entra em quadro de insuficiência cardíaca. Uma condição que pode gerar doenças valvares e cardiomiopatias.
De qualquer modo, os médicos normalmente recomendam o transplante do coração quando o paciente não responde mais aos remédios e o órgão perde gradualmente suas funções.
Antes da operação, o paciente permanece em um período de espera para receber medicações. Mas, outros podem ficar internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
No momento da cirurgia, uma equipe de médicos atua na retirada do órgão deficiente, enquanto outro grupo fica responsável por transplantar a estrutura saudável. Depois que a transferência é realizada, o paciente é encaminhado para a UTI, onde recebe tratamentos até o quadro de saúde se estabilizar. Mesmo assim, as complicações de um transplante de coração são as mesmas de qualquer órgão, como rejeição e infecção.
Dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (Abto), divulgados em março deste ano, apontam que existem 310 adultos e 59 crianças na fila de espera por um coração no país.
A fila é comum, não importa se o paciente ingressou nela por convênio médico ou pelo SUS, e cada estado tem a sua. A lista geralmente é enviada ao Sistema Nacional de Transplantes, para ajudar na distribuição e seleção.
De acordo com a Abto, a média de espera por um coração no Brasil é de 2 meses para casos de maior gravidade e 18 meses quando o estado de saúde do paciente é estável.
Fausto Silva está internado há mais de duas semanas após o agravamento de insuficiência cardíaca. Como o problema não pôde ser resolvido por outros métodos, a solução apresentada pelos médicos foi o transplante de coração, informou o boletim médico do Hospital Albert Einstein.
Apesar de o apresentador ter sido incluído na fila de espera pelo órgão, existem alguns critérios que podem torná-lo prioridade no recebimento do novo coração.
Um fator bastante levado em conta pelos médicos é o nível de gravidade do problema, que aumenta os riscos de morte do paciente e por isso ele não pode esperar muito tempo. Mesmo que a idade não seja relevante nesta equação, a priorização também pode ser determinada pela dependência do paciente de medicamentos que ajudam o coração a bombear sangue.
O tempo para o transplante pode ser determinado pelo tipo sanguíneo do doente e a compatibilidade entre ele e o doador. Se o paciente enfrentar dificuldades para encontrar um coração com tamanho e tipo sanguíneo adequados, o caso ganha um novo patamar para os médicos.
Como a fila de espera por um coração é alta em São Paulo — cerca de 40 mil pessoas, segundo o governo do Estado, o apresentador pode considerar a possibilidade de buscar o transplante fora do país. Contudo, esse processo vai não apenas custar caro para o apresentador como também o enfrentamento de uma lista de espera por um novo coração.Nos EUA, onde Faustão tem residência, a demora dura, em média, cinco meses a menos que o Brasil, indicam estatísticas da Sociedade de Transplante de Órgãos (SRTR) do país.
Por fim, outro elemento que impacta diretamente a probabilidade de sobrevivência é a distância entre o paciente e o coração compatível. O processo de recebimento e transplantação de um orgão deve ser rápido, por isso não é considerado viável que a estrutura saudável venha de um extremo do país ou do exterior. O paciente não pode esperar por um coração que esteja muito distante, isso influencia na sua posição na fila de espera.