Faustão cometeu assédio moral com funcionários da Globo? (Band/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 14 de junho de 2023 às 15h49.
Última atualização em 14 de junho de 2023 às 15h54.
Entre as várias polêmicas e mistérios da saída do Faustão da Globo, um ex-diretor do "Domingão do Faustão", Alberto Luchetti Neto, deu um depoimento à "Veja" detalhando os possíveis problemas do programa e a conduta que o apresentador tinha com os funcionários da emissora.
Neto foi diretor-geral do programa entre 1998 e 2002, período no qual a Globo competia por audiência com o SBT, com o Programa do Gugu. Na entrevista, ele expôs o que viveu quando trabalhou com Faustão, a frustrada ida do apresentador para a Band e detalhes sobre possíveis assédios morais no "Domingão do Faustão".
"Acho que ainda vai acontecer [processo judicial] com muita gente que se sente prejudicada por ter acompanhado ele [na Band]. Havia muito assédio moral. Ele tinha costume de esculhambar a produção no ar e de pedir desculpa no particular. Criticava o trabalho em rede nacional", disse o ex-diretor. "Por exemplo, uma moça, Angela Sander, de tão perseguida por ele, tomou remédio e cometeu suicídio. Foi uma desgraça que a Globo tentou esconder por todos os meios. Eu já estava fora", completou.
Angela Sander foi encontrada morta em seu apartamento no Rio de Janeiro no dia 29 de maio de 2007. O último trabalho dela foi como diretora do programa "Domingão do Faustão". Em maio de 2006, a "Folha de S. Paulo" soltou uma reportagem destacando boatos de bastidores, de que na época, a diretora ficou ansiosa com desentendimentos com Faustão e foi parar no hospital para fazer uma desintoxicação, por dose excessiva de remédios.
Na entrevista à "Veja", Neto também comentou que a fama de "generoso" não passa de fachada. "Fausto tem um grave defeito. Você está numa situação difícil, aí ele procura te ajudar… Só que depois pede para a assessoria divulgar que está te ajudando. Ele cansou de fazer isso com a Dercy Gonçalves", pontuou.
Além dos assédios, o apresentador também colocou vários membros da família no programa. "Teve o filho, mas é o que ele fazia com todo mundo. Pega o histórico do programa dele na Globo. Ele fez isso com o câmera-man, o Renato Laranjeira, que foi namorado da irmã dele", completou.
Por fim, Neto também deu sua opinião sobre a entrada de Fausto Silva na Band e porque todo o processo não deu tão certo.
"Isso é uma irresponsabilidade dele e da cúpula da Band, de colocar um programa diário, no horário nobre, achando que o Faustão tinha o dinheiro da Globo. Ele achava que o dinheiro era dele, mas não. Tanto é que entrou um oportunista no lugar do Fausto, o Luciano Huck, e o dinheiro está lá do mesmo jeito. Quem tem a audiência e o dinheiro é a emissora. Ele não levou nem um nem outro", finalizou.