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É possível viajar no tempo? Cientistas encontram 'solução'; entenda

O físico J. Richard Gott, da Universidade de Princeton, chegou a uma nova teoria sobre as cordas cósmicas que tem potencial para fazer história

Viagem no tempo: é possível ir ao passado ou futuro? (Interestelar/Divulgação)

Viagem no tempo: é possível ir ao passado ou futuro? (Interestelar/Divulgação)

Publicado em 22 de novembro de 2024 às 15h04.

Última atualização em 22 de novembro de 2024 às 15h13.

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Ao que parece, os físicos conseguiram responder à pergunta que todo mundo já se fez ao menos uma vez na vida: será que é possível viajar no tempo? Segundo uma teoria mais recente, sim. Mas depende.

A hipótese mais aceita hoje é a das cordas cósmicas para explicar a viagem no tempo. Imagine um fio invisível, mais fino que qualquer objeto conhecido, mas com uma densidade colossal — como se pudesse abrigar uma imensidão de estrelas. Pense também que elas são estruturas extremamente longas e densas, como grandes tubos infinitos que se estendem, comprimem e se enrolam, irradiando ondas gravitacionais toda vez que balançam.

Cientista acredita que viagem por buracos de minhoca é "teoricamente possível"

Se elas se movessem na velocidade da luz, cada vez que houvesse esse "balanço", poderia surgir uma distorção no espaço-tempo — algo semelhante ao que conhecemos como "buraco de minhoca". Por dentro dele seria possível "dobrar" o espaço-tempo, viajando do passado para o futuro. É essa a teoria de físicos como J. Richard Gott, da Universidade de Princeton.

Passado ou futuro?

Há duas principais hipóteses sobre a origem dessas cordas. Uma delas aponta para as supercordas cósmicas, baseadas na antiga teoria das cordas. Nesse modelo, as partículas fundamentais do universo seriam formadas por cordas vibrantes que se estenderiam pelo cosmos.

Outra teoria propõe que as cordas cósmicas seriam como cicatrizes primordiais, deixadas pelas primeiras fases do universo e criadas durante transições cósmicas. É algo similar às rachaduras que se formam quando a água congela.

Segundo Gott, se duas cordas cósmicas se movessem em velocidades próximas à da luz, o efeito gravitacional seria tão intenso que criaria um loop no espaço-tempo. Assim, seria possível ter uma espécie de atalho entre diferentes pontos temporais, o que poderia, teoricamente, viabilizar uma viagem no tempo sem paradoxos.

Na prática, por outro lado, a detecção dessas estruturas é desafiadora. Observatórios de todo o mundo têm buscado evidências desse fenômeno, mas a grande densidade dessas cordas cósmicas provoca um efeito de lente gravitacional, capaz de distorcer imagens de galáxias ou duplicar o brilho delas. Além disso, estudos recentes indicam que as cordas podem ser menos densas do que o esperado — o que dificulta ainda mais a identificação e comprovação da teoria.

Como comprovar?

Uma forma de driblar a lente gravitacional seria o uso de telescópios altamente sensíveis. Observar “microlentes” temporárias no brilho das estrelas individuais pode ser também a forma mais promissora de identificá-las e, por consequência, avançar os estudos sobre viagens no tempo.

Se essas cordas forem detectadas, seria um marco para a física moderna. A dobra gravitacional do espaço-tempo causada pelas cordas cósmicas não só reforçaria as teorias atuais, mas também traria respostas sobre a origem do universo e seus limites. Mais do que isso, poderia transformar uma das ideias mais desafiadoras da ficção científica — e mais atraentes para os filmes desse gênero — em uma possibilidade tangível.

Por enquanto, a busca continua, com observatórios ao redor do mundo atentos aos sinais mais sutis no céu.

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