Conclave: veja o que é real e o que é fictício no filme (Conclave/Divulgação)
Repórter de POP
Publicado em 22 de abril de 2025 às 18h45.
Última atualização em 22 de abril de 2025 às 19h36.
A morte do Papa Francisco gerou na Igreja Católica um dos momentos mais observados em todo o mundo: a escolha do novo pontífice, feita por meio de um conclave. E coincidência ou não, seis dias atrás, o filme Conclave, que venceu o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, chegou ao streaming.
Estrelado por Ralph Fiennes com grande elenco — Stanley Tucci, Isabela Rossellini, John Lithgow, entre outros —, o longa foi gravado nos estúdios Cinecittà, em Roma, onde a Capela Sistina foi recriada em detalhes para ambientar a história com fidelidade. Desde a morte de Francisco, na última segunda-feira, 21, o filme teve um aumento de audiência de 283%.
Diferente do momento histórico atual, a trama de Edward Berger narra a chegada de um novo pontífice após a morte do Papa anterior. O conclave, que dura vários dias e é feito em um conselho secreto dos cardiais, envolve política, intrigas, propósitos e segredos. O roteiro é uma adaptação do livro de mesmo nome de Robert Harris, publicado em 2016.
Como toda história fictícia que retrata eventos reais, o filme tem exemplos do que de fato acontece durante a escolha de um novo Papa e outros que estão ali mais para "apimentar" a história do que, de fato, manter o compromisso com a realidade. Separamos abaixo três verdades e duas mentiras sobre Conclave, confira.
Um dos maiores trunfos da história de Berger é como o procedimento do conclave acontece. Tem quem não acredita ou ache que é exagero, mas funciona exatamente como o filme mostrou: todos os cardeais viajam a Roma e se reúnem na Capela Sistina, que fica fechada somente para esse propósito. O voto é secreto e, enquanto durar o conclave, os cardeais são proibidos de utilizar qualquer tipo de comunicação com o exterior.
Para ser eleito, um cardeal precisará de uma maioria de dois terços. O processo todo é feito com são duas votações matutinas e duas vespertinas, até que o resultado seja atingido. Após a votação, os papéis são queimados e a cor da fumaça que sai das chaminés da capela anuncia a decisão: se for preta, nada foi decidido. Quando é branca, há um novo Papa.
A tensão do voto também é genuína, dado que dentro da Igreja Católica existem cardeais mais progressistas e mais conservadores. É comum haver uma movimentação política entre eles, muito embora ela fique mantida a quatro paredes. A demora para decisão é outro ponto verídico: há votações que demoram mais do que o comum, como foi o caso da escolha de Papa Pio 10º e Papa Pio 2º, que duraram cinco dias.
O processo oficial do conclave no filme é todo falado em latim ou em italiano. Funciona assim também no procedimento real: todo o processo oficial da Igreja Católica é realizado em latim, inclusive as missas e rezas, votação e eventuais rituais ao início e fim do conclave.
Para fins dramáticos do roteiro, o conclave é marcado por reviravoltas e grandes revelações sobre o comportamento dos cardeais. Isso envolve traições, infração do celibato, denúncias das mais diversas e conspirações. Na vida real, o drama é bem mais contido: dificilmente há casos escandalosos escancarados no conclave. Os segredos que são deixados pelo antigo papa em uma carta também são mais uma invenção do filme.
No filme, um cardeal "secreto" aparece no conclave e alega que foi nomeado pelo Papa em segredo. No procedimento real, a presença dele só poderia acontecer se, de fato, o antigo papa o tivesse nomeado antes de morrer de forma oficial.
A produção está disponível no Prime Video desde o dia 16 de abril.