Pierre Mantovani, CEO do Omelete e CCXP (CCXP/Divulgação)
Repórter
Publicado em 29 de novembro de 2022 às 15h28.
Última atualização em 24 de março de 2023 às 16h11.
A CCXP 2022 (Comic Con Experience) é o típico evento comercial que consegue dimensionar o tamanho do mercado consumidor brasileiro frente ao mundo. Nascida em 2014, à época, os consumidores nerds já ensaiavam um plano de dominação global, mas ainda buscavam ferramentas para dar cabo a missão. Por assim dizer, as plataformas de streaming e suas produções, videogames e produtos licenciados, tinham muito a crescer até a chegada dos dias atuais. Mas o tempo passou e o universo geek se tornou uma economia que movimenta mais de R$ 140 bilhões anualmente. Junto disso, a CCXP fez estrada para superar a irmã de San Diego, ganhar a atenção de Hollywood e se posicionar como a maior feira do mundo dentro do mercado de cultura pop.
Em 2019, última edição pré-pandemia, o festival teve seu melhor rendimento, recebeu ao longo dos dias 280 mil visitantes. Após dois anos de CCXP Worlds, conferência virtual criada por causa da covid-19, o evento se organiza para retornar com foco total na troca presencial. Marcado entre 1º e 4 de dezembro, com entradas a partir de 120 reais, ao todo, o evento contará com mais de 100 empresas de 25 segmentos diferentes. De novidades gastronômicas, passando pelo mundo da música, quadrinhos, cultura pop, varejo, tecnologia, serviços, saúde e entretenimento, distribuídos ao longo de 115 mil m2 do pavilhão do São Paulo Expo.
Dada as dimensões, na busca por garantir o sucesso da edição de 2022, além de acreditar na força nerd, o Omelete, holding que organiza a CCXP, dobrou a aposta na aproximação entre quem faz com que consome. Segundo conta o CEO do Omelete e da CCXP Pierre Mantovani, o intervalo entre as edições presenciais permitiu tempo para rever algumas ideias, entre elas, a interação dos atores convidados pela feira com o público visitante. “Os artistas estão acostumados com o ambiente controlado dos sets filmagens, não são rockstars que encaram o multidões com frequência. Mas na CCXP eles têm uma chance única. A gente fez questão de trazer essa proximidade. Os palcos de onde eles trarão as novidades sobre os seus trabalhos mais recentes é pensado para isso”, conta o executivo.
Produções brasileiras também devem receber um pouco mais de atenção neste ano. Um sinal desse interesse foi apresentado em um painel do pré-evento Unlock, no qual os atores Bianca Comparato e Douglas Silva e os produtores Rita Moraes e Kond fizeram um debate sobre a evolução das plataformas de streamings. Para Bianca Comparato, que também é diretora de cinema, o Brasil está cada vez mais posicionado como um polo de cultura audiovisual para o mundo. "Ainda que as plataformas estejam entrando em um momento de recessão, com layoffs pelo mundo todo, ainda temos indicadores de que as produções locais vão crescer e explorar temas inéditos", disse a atriz.
Além disso, a feira também quer mais expositores que trabalham de forma independente ou que ainda galgam espaço maiores. É o caso da Perifacon, convenção de cultura nerd da favela, que neste ano tem um estande ao lado de marcas como Paramount e HBO, e que deve ajudar na impulsionamento da próxima edição da convenção, que ocorrerá no bairro de Cidade Tiradentes, em São Paulo. “É muito importante estar em um evento como este, pois a democratização da cultura precisa estar em todos os lugares. A PerifaCon 2022 mostrou a força que a periferia tem e a CCXP entende isso. A quebrada também é nerd, geek e precisa de investimentos”, comenta Andreza Delgado, uma das fundadoras da Perifacon e embaixadora da CCXP. Sinalizando mais um caminho por onde a feira geek pode seguir sua expansão.
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