Sinéad O'Connor: cantora era conhecida pela interpretação de 'Nothing compares 2 U' (Don Arnold/WireImage/Getty Images)
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Publicado em 9 de janeiro de 2024 às 12h57.
A causa da morte da renomada cantora irlandesa Sinéad O'Connor foi revelada nesta terça-feira, 9.
De acordo com o site norte-americano TMZ, um representante do Tribunal de Justiça de Southwark, em Londres, informou que a cantora faleceu de "causas naturais". A investigação foi finalizada, segundo o legista.
Reconhecida como uma lenda da música irlandesa, Sinéad O'Connor teve sua morte anunciada em 26 de julho, aos 56 anos. Sua fama atingiu proporções globais em 1990, quando lançou o cover da clássica música de Prince, "Nothing Compares 2U".
Em 2021, O'Connor comunicou sua aposentadoria por meio de uma série de postagens no Twitter. No ano seguinte, enfrentou uma grande tragédia: seu filho Shane, com apenas 17 anos, foi encontrado morto após dois dias desaparecido.
Shane enfrentava batalhas contra a depressão. Na ocasião, a cantora irlandesa afirmou que se retiraria completamente dos holofotes para priorizar sua saúde mental.
Além de Shane, O'Connor é mãe de mais três filhos: Jake, com 36 anos, Roisin, com 27, e Yeshua, com 16 anos.
A cantora nasceu em Dublin (Irlanda), no dia 8 de dezembro de 1966. Filha de um engenheiro, que depois se tornou advogado, ela é a terceira filha de cinco irmãos: Joseph O'Connor (escritor), Eimear, John, e Eoin, e teve uma complicada relação familiar, marcada por abusos na infância, adolescência conturbada e tentativas de suicídio.
Sinônimo da luta feminista na Irlanda, Sinéad ficou marcada pelo cabelo raspado e voz doce, e ganhou espaço na Europa e nos Estados Unidos. Sua interpretação de 'Nothing compares 2 U', música composta por Prince, levou o álbum "I Do Not Want What I Haven't Got" (1990) à primeira posição segundo a "Billboard" entre os discos mais vendidos da época, e rendeu à artista uma série de prêmios.
Tamanho foi o sucesso da faixa que Sinead chegou a participar do show que deu origem ao DVD "Roger Waters - The Wall Live in Berlin", em 1990. Antes do sucesso mundial, também foi aclamada pela crítica pelo álbum "The lion and the cobra" (1987), dedicado à mãe, que havia falecido poucos meses antes do lançamento.
Ao longo da vida, Sinéad gravou dez álbuns.
Para além da voz icônica, Sinéad ficou reconhecida pelos protestos contra os abusos sexuais cometidos por clérigos e membros da Igreja Católica. Em 1992, realizou uma manifestação pública na qual rasgava uma fotografia do Papa João Paulo II, durante um episódio do "Saturday Night Live".
Dois anos mais tarde, a cantora lançou o álbum "Universal Mother" no qual, em uma das músicas, falava sobre e abuso sexual infantil por qual passou.
Em 2018, após inúmeros protestos contra a Igreja Católica, ela se converteu ao islamismo e mudou de nome para Shuhada' Davitt. No mesmo ano, ela afirmou, em entrevista: "O que estou prestes a dizer é algo tão racista que nunca pensei que a minha alma pudesse senti-lo. Mas, sinceramente, nunca mais quero estar perto de pessoas brancas (se é assim que os não muçulmanos são chamados). Em momento nenhum, por razão nenhuma. São nojentas".