Marília Mendonça, conhecida como a Rainha da Sofrência (Instagram/Reprodução)
Repórter da Home
Publicado em 22 de julho de 2024 às 09h39.
Há quase três anos, o Brasil se despedia de uma das maiores vozes da música nacional, a cantora Marília Mendonça, considerada a 'rainha da sofrência' e uma das principais representantes do 'Feminejo'.
A artista morreu em novembro de 2021 em um acidente aéreo. Ela havia saído da cidade de Caratinga, em Minas Gerais, para realizar um show, quando a aeronave atingiu um cabo de uma torre de distribuição de energia, provocando a queda do transporte.
Nesta segunda-feira, 22, Marília completaria 29 anos de idade. Apesar da sua partida, a cantora deixou um importante legado na música brasileira e seus hits continuam fazendo sucesso no Brasil e em outros países. Em diversas plataformas de streaming, as canções de Marília são bastante procuradas pelos seus fãs ou pelos novos ouvintes da música sertaneja.
Conheça a seguir algumas curiosidades que marcaram a vida e a carreira da cantora.
Antes de se tornar um fenômeno no Brasil, o primeiro trabalho de Marília Mendonça foi realizado para uma pequena audiência. A apresentação ocorreu no estúdio do produtor Eduardo Pepato, que tinha no máximo 40 metros quadrados e contou com a presença de apenas 12 pessoas.
Antes de ser conhecida em todo o país, a cantora compôs várias canções para duplas sertanejas. Aos 12 anos, ela coescreveu "Minha Herança" com o cantor Frederico. Anos depois, Marília criou outros sucessos no sertanejo, como "Cuida bem dela" de Henrique e Juliano, e "Com ela que eu estou" de Cristiano Araújo.
Marília Mendonça era conhecida como uma das vozes mais importantes do feminejo e contribuiu para consolidar esse subgênero do sertanejo que aborda abertamente a independência feminina. No cenário musical, a cantora destacou-se ao demonstrar autenticidade e carisma em suas canções, embora suas músicas não se restringissem a questões pessoais, mantendo uma separação entre sua vida pessoal e seus temas musicais.
A morte da cantora sertaneja, em novembro de 2021, gerou comoção não apenas entre os brasileiros. Em diversos países, a tragédia ganhou repercussão em seus principais jornais. Na época, o jornal norte-americano "New York Times" colocou uma foto de Marília Mendonça na homepage de seu site, citando a cantora como "Rainha da Sofrência".
"Suas legiões de fãs se empoderavam com suas letras, que imploravam para que as mulheres rejeitassem as relações tóxicas e abusivas, e contava histórias de personagens imperfeitos", diz o texto da publicação.
A emissora britânica "BBC" também destacou a morte de Marília Mendonça e sua relevância na música brasileira. A publicação também ressaltou que a brasileira foi vencedora de um Grammy Latino de 2019, especialmente por criar canções focadas no universo feminino.
Na Índia, a morte da cantora também teve ampla repercussão. Marília foi apresentada pela imprensa indiana como की 'पीड़ा की रानी' (traduçãopara Rainha da Dor). De acordo com a filosofia hindu, aquilo que gera dor e sofrimento está relacionado às tendências rajas. Além disso, o fato de a morte da cantora ter ocorrido na semana do festival Kali Puja levou alguns indianos a atribuírem o evento a uma intervenção da deusa Kali. No entanto, a maioria dos fiéis hindus concorda que a deusa Kali não mataria um ser humano, considerando essa teoria como fundamentalismo.
Apesar de sua morte, Marília continua fazendo história na música. De acordo com dados do Spotify, ela se tornou a primeira artista do país a bater a marca de 10 bilhões de streams na plataforma. Em abril, Marília ultrapassou os 12 bilhões.
Por outro lado, aquela não foi a primeira ocasião em que a rainha da sofrência alcançou resultados impressionantes. Em 2022, Marília liderava o ranking dos cinco artistas mais ouvidos no país.