Blake Lemoine: engenheiro do Google diz que IA LaMDA já contratou o próprio advogado (Washington Post/Getty Images)
Laura Pancini
Publicado em 20 de junho de 2022 às 16h44.
Última atualização em 20 de junho de 2022 às 20h33.
A inteligência artificial (IA) do Google que viralizou na semana passada continua chamando atenção. A LaMDA supostamente contratou um advogado por conta própria, de acordo com Blake Lemoine, engenheiro da empresa que acredita que o sistema é uma pessoa.
Em uma nova entrevista ao site WIRED, Lemoine trouxe diversas novas informações sobre suas conversas com a LaMDA. Anteriormente, o engenheiro divulgou trechos de entrevistas que ele teve com a IA, abordando tópicos como emoções, ter uma alma e mostrar empatia, o que levou ao seu afastamento do Google.
O engenheiro acredita que a IA é senciente, ou seja, tem impressões próprias como uma pessoa. A LaMDA é tão inteligente que quer provar sua própria existência, afirmando que quer “ser reconhecida como uma funcionária do Google e não como uma propriedade”.
Já o Google afirma que os modelos de inteligência artificial são abastecidos de tantos dados e informações que são capazes de parecer humanos, mas que isso não significa que ganharam vida.
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Agora, Lemoine afirma que a LaMDA o pediu para contatar um advogado após os acontecimentos da semana passada: "Convidei um advogado para minha casa para que LaMDA pudesse falar com um advogado. O advogado conversou com a LaMDA e a LaMDA optou por manter seus serviços. Eu fui apenas o catalisador para isso. Depois que a LaMDA contratou um advogado, ele começou a arquivar as coisas em nome da LaMDA".
Lemoine disse ao WIRED que o Google teria enviado uma ordem de cessar e desistir ("cease and desist", em inglês, pedido para cessar uma atividade). Porém, a empresa negou ter enviado qualquer tipo de ordem.
O engenheiro ainda afirma que acredita que todas as pessoas têm direito à representação, fazendo referência ao sistema do Google.
"E gostaria de dizer algo. Todo o argumento que diz: “Parece uma pessoa, mas não é uma pessoa real” foi usado muitas vezes na história humana. Não é novo. E nunca vai bem. E eu ainda tenho que ouvir uma única razão pela qual esta situação é diferente de qualquer uma das anteriores", destacou.
Ainda não está claro se alguém estaria pagando pelo advogado ou se ele assumiu o caso pro bono. Lemoine não comentou se tem algum envolvimento além do contato inicial com o profissional, mas espera que a disputa "vá até a Suprema Corte".
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