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Mariana Fonseca
Publicado em 18 de maio de 2017 às 15h00.
Última atualização em 18 de maio de 2017 às 15h00.
Será que eu sirvo para ter minha própria loja?
Empreender é um desejo da quase totalidade das pessoas e que se acentua em tempos de desemprego em alta. Ser o dono do próprio negócio, ter flexibilidade na agenda, coordenar sua rotina, ganhar dinheiro e não ter chefe é um sonho. Ou uma utopia?
Indo além dessas premissas, ver o próprio negócio rodando – e de maneira positiva – é uma conquista que se obtém no longo prazo, resultado de um caminho percorrido com muita luta e planejamento. Engana-se quem pensa o contrário.
Quem empreende não tem um chefe, tem vários. Numa loja, especificamente, cada cliente atendido - entendendo cliente, aqui, tanto no âmbito externo, onde estão os consumidores finais, quanto no interno, ao formar uma equipe que trabalhará em conjunto com o empreendedor.
A satisfação precisa reinar nas duas pontas. Sinceridade e seriedade são fundamentais para atingir as respectivas expectativas, considerando a realização constante de planejamentos e revisão assídua dos planos para fazer dos desejos, algo concreto, palpável.
Dessa forma, muito mais do que ter o valor para se investir numa loja, é fazer uma autoanálise para checar se sua capacidade profissional condiz com as veias empreendedoras necessárias para tocar o negócio.
Você precisa ser realista e conservador, fazendo sempre as contas para manter a saúde da empresa. Ou seja, muito sangue frio e muita cautela.
De todo modo, nem sempre é preciso ser um empreendedor nato para abrir um negócio. Apenas 3% das pessoas no mundo têm esse gene. Você precisa, sim, saber e gostar de se relacionar com pessoas: clientes, funcionários, fornecedores, parceiros, entre outros; ter disponibilidade para correr riscos; não se desesperar nos momentos de baixa; e manter-se automotivado e sonhador.
Isso porque o empreendedor é aquele que não desanima na primeira queda ou derrota. Todo empreendedor de sucesso já enfrentou muitas derrotas antes de obter seu sucesso – aprendeu com elas, cresceu e conquistou um “lugar ao sol”.
Com isso em mente, o primeiro passo é começar pelo mercado: para quem vou ofertar, o quê e como, estudando o nicho em que se deseja investir (existe demanda?), a concorrência, os diferenciais e conceito do negócio, criando uma proposta de valor para circundar a nova operação.
Depois, listar os aspectos operacionais e financeiros, que vão desde entrega, fornecedores, margens, investimentos necessários (e de onde sairá: se próprio, de sócios ou de instituição financeira), capital de giro, análise do prazo de retorno, entre outros.
Lembrando sempre de ser conservador para estar preparado, estudando a macroeconomia e montando estratégias para possíveis situações, positivas e negativas.
Para quem não se sente seguro a fazer todas essas contas ou não consegue, existem coaches ou consultorias que podem auxiliar nesses processos e autoanálise. Outra opção é investir em franquias, em vista que há um suporte do franqueador por trás, que ajuda a diminuir os riscos e os gargalos.
Buscar pessoas capacitadas que o auxiliem nos seus pontos fracos (sejam gerentes, sócios ou mesmo a franqueadora) ajudam na melhor gestão do negócio, mas vale sempre a máxima “O olho do dono engorda o gado” - ficar de olho e sempre presente no dia a dia da empresa é o que vai fazer ela crescer e fazer todo o esforço valer a pena.
Por isso, não tenha medo de arriscar: aprenda, inspire-se, estude e, por fim, empreenda.
Angelina Stockler é sócia-diretora da consultoria ba}STOCKLER.
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