Garçom com aperitivos: o ramo de bares e restaurantes é um dos que apresentam taxa de rotatividade mais elevada (Foto/Thinkstock)
Mariana Fonseca
Publicado em 9 de maio de 2017 às 15h00.
Última atualização em 12 de maio de 2017 às 11h21.
Dúvida do leitor: Como fazer a retenção de talentos em ramos de negócios em que a rotatividade é alta, tais como bares e restaurantes?
No varejo, o ramo de bares e restaurantes é um dos que apresentam taxa de rotatividade mais elevada.
A rotatividade de pessoal impacta na competitividade da empresa, pois gera custos adicionais de recontratação, treinamentos, despesas de rescisão e tantos outros encargos trabalhistas. A questão pode se agravar mais ainda pelo impacto que pode causar no relacionamento com os clientes ou consumidores.
Alguns fatores contribuem para que os funcionários deixem a empresa. Por exemplo, a baixa remuneração, a rotina de trabalho exigida pelo segmento e a falta de comprometimento dos colaboradores.
É um círculo vicioso difícil de quebrar: como o comércio varejista normalmente trabalha com margem de lucro bastante estreita, a remuneração tende a ser baixa e os recursos para treinamento são muito reduzidos, o que leva à desmotivação dos empregados. Sem motivação e gosto pelo ambiente de trabalho, é difícil manter um colaborador comprometido.
E é aí que, diante desse cenário, entra em cena a figura do dono da empresa, fundamental no processo de retenção de talentos.
Tudo começa pelos donos do negócio: a liderança é que faz a grande diferença. Evitar a rotatividade não se resume a questões financeiras, mas principalmente ao desafio de dar oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional aos colaboradores. É preciso lembrar que a valorização dos funcionários é um dos pontos mais importantes para a retenção de talentos.
Aqui vão algumas dicas que podem ajudar a liderança a diminuir a rotatividade de pessoal e assim manter os talentos por mais tempo na empresa:
Muitas pessoas sem afinidade com o comércio se candidatam a vagas visando ganhos mais rápidos, mesmo que não elevados. Como não têm afinidade com a rotina de trabalho, logo pedem para sair. Portanto, é fundamental fazer um rigoroso processo de seleção.
Os funcionários sentem-se valorizados quando podem contribuir, dando ideias de como melhorar os processos. E, ao ver as ideias implantadas, criam vínculos, e aí nasce o sentimento de pertencimento.
As pessoas buscam crescimento profissional, e, para que isso ocorra, o melhor recurso - e o mais econômico - é dar feedback contínuo, reforçando os pontos positivos do colaborador e auxiliando na identificação dos conhecimentos e comportamentos que precisam ser aperfeiçoados.
São práticas extremamente simples e eficazes, mas normalmente muito esquecidas. Adotá-las poderá significar a introdução de um novo modelo de gestão voltado para a valorização e o crescimento profissional dos colaboradores, e assim diminuir a rotatividade na empresa e aumentar a retenção de talentos.
Alexandre Rangel é coach, psicólogo e sócio-fundador da Alliance Coaching.
Envie suas dúvidas sobre gestão de pessoar para pme-exame@abril.com.br.