Leticia Piccolotto, fundadora do BrazilLAB: aceleradora trabalha há quatro anos ajudando empresas que querem vender e oferecer serviços para o governo (BrazilLAB/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 25 de setembro de 2020 às 18h09.
Última atualização em 28 de setembro de 2020 às 10h09.
A BrazilLAB divulga nesta sexta-feira, 25, as empresas finalistas de sua primeira fase da força-tarefa covid-19. Em julho, a organização lançou o programa para atrair startups e pequenas e médias empresas que tivessem soluções que pudessem ajudar o governo a minimizar os impactos da pandemia do novo coronavírus no país.
No primeiro ciclo, a aceleradora buscava soluções para ajudar o governo a lidar com educação pública remota, digitalização da gestão e inclusão produtiva (ferramentas de acesso a crédito, formação de jovens, plataformas de geração de emprego e vendas).
Mais de 150 empresas se inscreveram no programa. A organização selecionou 15 e fez um trabalho de mentoria online com elas ao longo de um mês. Agora, o programa foi encerrado e três startups finalistas foram selecionadas para se apresentar no Demo Day.
Na frente de educação, a escolhida foi a Árvore de Livros. A startup oferece uma plataforma para que alunos da rede pública e privada possam ler livros. A empresa faz desafios de leitura e aprendizado com as turmas, sempre com acompanhamento pedagógico. Hoje, são mais de 1 milhão de alunos cadastrados. Com a entrada de escolas públicas, a empresa espera chegar a 10 milhões de usuários até 2025.
Já a Shopping do Cidadão foi eleita a melhor solução de digitalização do poder público. A empresa trabalha com gestão de órgãos públicos, como o Poupa Tempo, há bastante tempo. Ela oferece aos cidadãos um sistema único com o qual eles conseguem se comunicar e utilizar os serviços oferecidos pelo governo.
Na vertical de inclusão produtiva, a startup Lys Academy foi a vencedora. Ela oferece capacitação profissional por meio de vídeos e textos enviados via WhatsApp. Com o serviço da empresa, as pessoas conseguem se capacitar para uma nova competência de uma maneira descomplicada. Hoje, a companhia presta serviço para empresas como Natura e Itaú.
Depois do sucesso da primeira fase, a BrazilLAB abre inscrições para a segunda onda da força-tarefa. Conversando com diversos municípios, a organização percebeu demandas em comum, que ajudaram a guiar os desafios propostos para a segunda fase do programa.
Agora, a aceleradora busca startups e empresas com soluções para gestão e segurança de dados públicos, especialmente na área de saúde. Na educação, a demanda é o engajamento dos jovens com a escola. A força-tarefa busca soluções lúdicas, que usem conceitos de gamificação, e trabalhem na relação professor-aluno para engajar os estudantes no retorno aos colégios.
Na vertical de inclusão produtiva, a missão é encontrar ferramentas que ajudem na inclusão da mulher no mercado de trabalho. A BrazilLAB observou que as trabalhadoras e empreendedoras foram muito sobrecarregadas com a pandemia, muitas vezes abrindo mão de seus trabalhos. Outra frente que interessa à organização é a de capacitação de empreendedores rurais.
As inscrições ficam abertas até o dia 13 de outubro pelo site. Assim como na primeira fase, serão selecionadas 15 empresas para participar do projeto de um mês de mentoria sobre como vender para o governo. No dia 14 de dezembro, as três finalistas serão anunciadas.
“As startups e PMEs muitas vezes têm medo de vender para o governo, não sabem como navegar. O BrazilLAB consegue ajudar, tem uma rede que dá segurança para que as empresas comecem esse processo de atuação com o governo”, diz Letícia Piccolotto, presidente e fundadora da aceleradora.
Ao longo dos quatro anos de história, a aceleradora já ajudou 80 startups e conta com uma rede de 30 municípios parceiros dispostos a trabalhar com empresas de inovação.