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Urban Farmcy quer convencer brasileiros a trocar carne pelo plant-based

Foodtech gaúcha de comida congelada a base de plantas fundada por Tobias Chanan, ex-Body Store, estreia e-commerce e quer vender para todo o país até o fim do ano

O empreendedor gaúcho Tobias Chanan, um dos fundadores da Urban Farmcy: alimentos congelados com pequenos cristais de gelo para manter textura, sabor e nutrientes das refeições (Peri Ornellas/Divulgação)

O empreendedor gaúcho Tobias Chanan, um dos fundadores da Urban Farmcy: alimentos congelados com pequenos cristais de gelo para manter textura, sabor e nutrientes das refeições (Peri Ornellas/Divulgação)

LB

Leo Branco

Publicado em 2 de setembro de 2021 às 11h00.

Última atualização em 2 de setembro de 2021 às 11h45.

Aberta a partir de um restaurante badalado de Porto Alegre, a marca de comida feita a base de plantas Urban Farmcy anunca nesta semana um aporte de 5 milhões de reais para início da venda de produtos na região Sudeste.

A Urban Farmcy foi fundada em 2019 pelo empresário gaúcho Tobias Chanan, conhecido nas últimas duas décadas por ter sido a mente por trás da Empório Body Store, rede de lojas de perfumaria e produtos de higiene e beleza vendida para a L'Oréal em 2013 e depois agrupada na marca americana The Body Shop (e hoje parte do portfólio da Natura&Co).

O negócio de comida à base de plantas veio depois de meses de estudos de Chanan sobre tendências da alimentação e, de quebra, de realizar o desejo de empreender num negócio de gastronomia até então um hobby.

A escolha pelo mercado de comida plant-based foi também uma resposta a um desafio pessoal de Chanan: convencer os gaúchos, conhecidos país afora pelo apetite ávido pelos churrascos no espeto típicos da região, a incluir alimentos oriundos de uma produção, em tese, sustentável, numa dieta rica em carnes.

“A intenção, desde o início, era encontrar uma forma de entregar para as pessoas uma comida limpa, nutritiva e ambientalmente responsável capaz de levar mais plantas para a mesa das pessoas”, diz Chanan.

A boa saída de receitas como lasanhas à bolonhesa à base de plantas, hambúrgueres à base de plantas acebolado com purê de aipim no restaurante, localizado numa zona nobre da capital gaúcha, levou a empresa a preparar marmitas congeladas de algum desses pratos.

O método de congelamento, chamado Fresh freeze process, promete manter o sabor mesmo após um tempão na geladeira. “É um método realizado em uma hora com a utilização de pequenos cristais de gelo que não causam danos às estruturas celulares dos alimentos e mantém a textura, o sabor e os nutrientes das refeições”, diz Chanan.

Os novos produtos colocaram a marca nas prateleiras de varejistas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná no início de 2021. Em setembro, o foco é São Paulo. Para isso, um e-commerce está no ar. E, a partir de agora, a ambição é convencer não só os gaúchos, mas brasileiros de todas as regiões do país a substituir carnes por alimentos à base de plantas. Até o fim do ano a empresa quer vender para todo o país. Até 2025, a ambição é produzir 25 milhões de unidades de produtos plant-based.

A empresa prevê um faturamento de 4 milhões de reais no segundo semestre de 2021, uma expansão de sete vezes sobre o visto no primeiro semestre.

O crescimento acelerado acompanha o ritmo do mercado à base de plantas: até 2 trilhões de reais devem ser movimentados até 2035 nesse setor, segundo uma projeção The Good Food Institute, um advocacy da comida plant-based.

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