Bruno Cecatto e Ian Kraskoff, fundadores da Cloud Humans: a empresa recebeu aportes do Canary e de investidores-anjo como Paulo SIlveira (do grupo Alura) e Fabien Mendez (da Loggi) (Daniel Lima/Stopmotion Produtora/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 10 de março de 2021 às 09h00.
Última atualização em 10 de março de 2021 às 12h54.
Com menos de um ano de operação, a startup brasileira Cloud Humans já conquistou clientes e investidores de peso. A companhia, que conecta empresas como Loft e Rappi a profissionais autônomos de atendimento e vendas, anuncia nesta quarta-feira, 10, ter recebido um aporte de 6,3 milhões de reais em uma rodada seed de investimento liderada pela gestora de venture capital Canary. Participaram também os investidores-anjo Paulo Silveira, fundador do grupo Alura; Fabien Mendez, fundador da Loggi; Marcelo Sampaio, fundador da Hashdex; e Sergio Souza, presidente da G4S no Brasil.
"Garantir produtividade hoje é um desafio para muitas empresas e gostamos muito da maneira como a Cloud Humans resolve este problema, conectando clientes a profissionais autônomos, com uma relação de trabalho flexível e eficiente e gerenciamento apoiado por uso de tecnologia", afirma Marcos Toledo, sócio do Canary.
A empresa foi fundada em setembro de 2020 por Ian Kraskoff, Bruno Cecatto e Felipe Serra. O trio se conheceu na operação brasileira da Uber Eats, onde descobriram o quão difícil era estruturar times de atendimento e vendas. Com desejo de empreender, eles decidiram se aventurar pelo mercado de terceirização, que movimenta 39 bilhões de dólares por ano nesse segmento na América Latina.
O modelo da Cloud Humans é como um “Uber das vendas”. Os profissionais autônomos se cadastram na plataforma e podem ser convidados pelas empresas clientes para participar de projetos. Em média, eles trabalham de 15 a 21 horas por semana, o que resulta em uma renda líquida de 1.300 a 1.700 reais por mês.
Hoje, a base de profissionais cadastrados já soma mais de 1.700 pessoas e recebe de 70 a 100 novos interessados por semana. “Muitas pessoas têm procurado formas flexíveis e remotas de complementar sua renda, principalmente dentro do contexto de pandemia”, diz Kraskoff.
Do lado das empresas, a startup oferece acesso não só a uma base de profissionais, mas também a um conjunto de soluções de tecnologia para ajudar a dar mais eficiência ao trabalho de atendimento e venda por telefone. Segundo a companhia, as 15 empresas clientes relataram ter aumentado sua produtividade em até 50% depois de usar o produto.
A Cloud Humans cobra das companhias um valor por hora de trabalho dos profissionais. Em projetos mais complexos, a hora pode custar cerca de 50 reais, por exemplo. Aos autônomos, a startup repassa os ganhos uma vez ao mês, cobrando uma comissão de 30% pelo serviço.
Com o aporte, a empresa vai expandir seu time de operações e investir no desenvolvimento de novas tecnologias para tornar o trabalho dos profissionais mais simples, reduzindo o tempo perdido com números de telefone errados, por exemplo. “Temos muitas ineficiências do mercado mapeadas e queremos resolvê-las", diz Kraskoff.