Matheus Goyas, fundador da Trybe: a edtech recebeu autorização do Banco Central para virar uma Sociedade de Crédito Direto e vai ofertar financiamento estudantil (Leandro Fonseca/Exame)
Da Redação
Publicado em 27 de maio de 2021 às 08h35.
Última atualização em 28 de maio de 2021 às 20h39.
O mercado de educação vem passando por mudanças significativas dos modelos de negócios e o aumento da concorrência com a chegada de novos players – vide investimentos como o de EXAME Academy, braço de educação da EXAME.
Num mercado cada vez mais competitivo, concorrentes vêm apostando em mimos para atrair clientes. É o que fez a escola de programação Trybe, recém-autorizada pelo Banco Central a abrir também uma operação ao estilo fintech dedicada a ofertar crédito, conta digital e outros serviços financeiros a alunos.
Com a diversificação dos negócios, a Trybe será também uma Sociedade de Crédito Direto (SCD), figura jurídica autorizada pelo BC a ofertar financiamentos. A previsão é a de que as operações da Trybe SCD sejam iniciadas no terceiro trimestre deste ano.
Fundada em agosto de 2019, a Trybe começou com a operação da sua escola que oferece uma formação em desenvolvimento web, reconhecida por seu compromisso com a empregabilidade de estudantes. O percentual de pessoas formadas que conseguiram um trabalho em tecnologia em até três meses após a formatura é atualmente de 96%.
A edtech utiliza uma metodologia própria no ensino de habilidades digitais e de soft skills: a formação é desenhada ouvindo as sugestões de mais 70 organizações parceiras, uma lista que inclui nomes como Ambev, Arco Educação, Itaú, Localiza, Méliuz, Rock Content e Sambatech. Mais de 100 mil pessoas já se inscreveram no processo seletivo da escola.
"A Trybe nasceu para gerar oportunidades na vida das pessoas. Nossa relação com as pessoas estudantes é orientada para o longo prazo. Com a fintech, estreitamos ainda mais esse laço, pois passamos a oferecer mais maneiras de viabilizar oportunidades para elas.”, diz Matheus Goyas, CEO e cofundador da Trybe.
As Sociedades de Crédito Direto foram regulamentadas pelo Banco Central com a finalidade de aumentar a competitividade do sistema financeiro, permitindo a entrada no mercado de empresas com modelos de negócios inovadores.
Por meio da resolução 4.656, o Conselho Monetário Nacional (CMN) estabeleceu, em abril de 2018, que as SCDs podem oferecer diferentes tipos de financiamentos e empréstimos, conta digital, emitir cartão de crédito e moedas eletrônicas, fazer análise e cobrança de créditos para terceiros e atuar como representante na distribuição de seguros.
Há, atualmente, pouco mais de 40 SCDs em operação no Brasil, entre elas SumUp, Stone e Creditas. A Trybe é a primeira SCD voltada ao público estudantil do Brasil.
A Trybe já tem planos para a atuação da SCD. "A curto prazo, pretendemos oferecer diferentes modalidades de financiamento estudantil para pessoas que querem estudar conosco. No médio prazo, pretendemos oferecer também contas digitais para dar mais comodidade a nossos estudantes", diz Marcos Moura, cofundador da Trybe e head da Trybe SCD.
O pedido para a aprovação da SCD foi enviado em setembro do ano passado ao Banco Central, mas o relacionamento entre a autarquia econômica e a Trybe começou em maio de 2020. Na época, a empresa foi selecionada para o Laboratório de Inovações Financeiras Tecnológicas (LIFT LAB) da instituição federal.
Fundada em agosto de 2019 por Claudio Lensing, João Daniel Duarte, Marcos Moura, Matheus Goyas e Rafael Torres, a Trybe é uma escola de tecnologia que oferece uma formação de alta qualidade em programação totalmente focada no sucesso profissional de estudantes.
A metodologia é própria: são 1,5 mil horas por ano, no mínimo, com seis horas de atividades por dia, que seguem um currículo dividido em Fundamentos do Desenvolvimento Web, Desenvolvimento Front-end, Desenvolvimento Back-end, Ciência da Computação, Soft Skills e Metodologias Ágeis, além de preparação para processos seletivos e conexões com oportunidades de trabalho.
Anteriormente, os sócios fundadores da edtech criaram o AppProva, ferramenta gratuita que já ajudou milhões de estudantes na preparação de exames como Enem e OAB, vendida para a Somos Educação em 2017.
Em fevereiro de 2020, a Trybe recebeu 42 milhões de reias em rodada de investimentos Série A liderada por Atlantico, com a participação de Canary, e.Bricks, Global Founders Capital, Maya Capital e Norte Ventures.
Com mais de 200 funcionários e uma rede de mais de 70 empresas parceiras, a Trybe registra 1,4 mil estudantes de seu curso e pretende chegar a 3 mil até o final de 2021. Até maio deste ano, 96% dos profissionais formados pela edtech estavam trabalhando em até 3 meses após a conclusão do curso. Mais de 100 mil pessoas já se inscreveram para estudar na Trybe.
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