Smartphone: faz todo sentido, inclusive para as PMEs, investir em plataformas mobile (Thinkstock)
Mariana Fonseca
Publicado em 11 de janeiro de 2017 às 15h00.
Última atualização em 11 de janeiro de 2017 às 15h01.
Pequenos negócios devem se preocupar em criar plataformas também para mobile?
O mundo hoje é mobile. Se alguém tiver dúvida disso, basta analisar alguns dados.
Segundo pesquisa realizada este ano pela ComTech Kantar Worlpanel Brasil, nove em cada dez brasileiros têm celular, incluindo pessoas de todos os níveis socioeconômicos e grupos etários.
Desses, 57% já utilizam smartphones, isto é, aparelhos com possibilidade de acesso à internet. Outra informação interessante vem do relatório Webshopers (Ebit) deste ano: no Brasil, a participação nas compras virtuais via dispositivo móvel, que era praticamente inexistente em junho de 2011 (0,3%), saltou para 23% em cinco anos.
Outro exemplo ainda: no Mercado Livre, atualmente, metade dos acessos ao site vem de dispositivos móveis.
Enfim, os números convencem: sim, faz todo sentido, inclusive para as PMEs, investir em plataformas mobile. A questão está em como encontrar a melhor forma de realizar esse investimento.
O mundo mobile envolve algumas complexidades como, por exemplo, a necessidade de um mesmo aplicativo ser compatível com diferentes sistemas operacionais – Android, IOS, entre outros – e diversos modelos de dispositivos móveis – celular, tablet etc. Por isso, o ideal é deixar que a tarefa de desenvolvimento seja feita por profissionais.
Além disso, a decisão de entrar para o mobile não pode tirar o foco do empreendedor de questões essenciais para o negócio, como a qualidade do produto/serviço oferecido, a gestão de estoque/logística e o atendimento ao cliente, por exemplo.
Assumido então que é importante contar com ajuda profissional, o próximo passo é buscar pela melhor relação custo x benefício.
Uma alternativa para o empreendedor é dedicar o trabalho de desenvolvimento mobile à mesma plataforma responsável pela hospedagem do seu e-commerce. Há diversas empresas que prestam o serviço de hospedagem e já incluem o pacote mobile; ao empreendedor cabe escolher a que melhor atende ao seu tipo de negócio e se encaixa em seu orçamento.
Uma vez dentro das plataformas mobile, é necessário pensar também nas especificidades da comunicação com os clientes nesses meios. A publicidade deve ser feita sob medida – incluindo layout, imagens, vídeos e textos.
Tudo precisa ser pensando para atingir um público que, ao mesmo tempo em que vê sua propaganda, estará fazendo outras coisas e sendo impactado por outras comunicações – andando no shopping, vendo TV, ouvindo rádio, conversando com amigos, vendo outros sites e aplicativos etc.
Mas a boa notícia é que há ferramentas acessíveis e de fácil utilização para que mesmo o pequeno empreendedor invista em publicidade mobile.
Um aspecto muito interessante, e que pode ser um diferencial competitivo das PMEs frente aos grandes negócios, é a possibilidade de explorar a geolocalização. Afinal, atingir o consumidor com a propaganda certa e no lugar certo – conhecendo sua localização – aumenta as chances de convencê-lo, tanto na oferta de serviços (proximidade e fácil acesso são diferenciais), como na de produtos (e-commerce com sede próxima do cliente pode oferecer frete mais barato e entrega mais rápida).
Helisson Lemos é presidente do Mercado Livre no Brasil.
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