Vitor Asseituno e Guilherme Berardo, cofundadores da Sami: fundada em 2018, a empresa quer resolver os principais problemas do sistema de saúde privado com um plano para pequenas empresas e MEIs (Sami/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 9 de fevereiro de 2021 às 07h00.
Última atualização em 9 de fevereiro de 2021 às 09h59.
A startup de saúde Sami, fundada em 2018, anuncia nesta terça-feira, 9, que microempreendedores individuais (MEIs) podem contratar seu plano de saúde. Até então, a empresa permitia apenas que pequenas empresas, com dois ou mais funcionários, usufruissem do serviço.
Para facilitar a contratação, a Sami desenvolveu um processo digital, que não exige o contato com atendentes ou a assinatura de contratos de papel. Pelo próprio site da startup é possível selecionar o plano, contratar e pagar. Outras healthtechs, como a Alice, adotam o modelo.
A empresa quer se aproveitar de uma lacuna de mercado: como poucos planos de saúde convencionais permitem a contratação por uma pessoa só (ou cobram muito caro por isso), a healthtech decidiu se aproximar dos empreendedores. A oportunidade é enorme, são 11,2 milhões de MEIs no Brasil, número que deve crescer em 2021 se o desemprego continuar em alta.
"Os MEIs têm sido uma categoria em franca expansão, mas são um público desassistido quando se trata de saúde", afirma Guilherme Berardo, cofundador da startup em entrevista à EXAME.
A Sami começou seu plano de saúde em novembro do ano passado, após ter recebido um investimento de 86 milhões de reais liderado pelos fundos Valor Capital Group (Gympass, Loft) e Monashees (Rappi, 99). Antes disso, em 2019, os fundos Canary e Redpoint eventures haviam investido no negócio.
A empresa foi fundada em 2018 pelos sócios Vitor Asseituno e Guilherme Berardo. A dupla sabia que queria reformular o sistema de saúde, mas para isso precisava de capital. Então, enquanto uma rodada maior não acontecia, eles decidiram atuar como uma consultoria para dois planos nacionais. Segundo Asseituno, a transformação da medicina provocada pela pandemia tornou o momento ideal para lançar a Sami como plano de saúde.
O plano da Sami foca em uma rede médica menor, mas que atua com medicina preventiva (dando acesso ao aplicativo de bem-estar Gympass) e um serviço de triagem via telemedicina para direcionar os pacientes ao local mais indicado para atendimento. Os planos custam a partir de 172 reais por mês, a depender da faixa de idade.
Por enquanto, o serviço só está disponível na capital de São Paulo, onde há três hospitais cadastrados (BP Paulista, BP Penha e Hospital Santa Izildinha), duas maternidades (Santa Joana e Pro Matre Paulista) e duas redes de clínicas médicas (Labi e DaVita). No restante do Brasil, os usuários do plano recebem a cobertura de um seguro viagem.
A Sami já vendeu seu plano de saúde para 180 empresas nos primeiros 90 dias da operação. “Tivemos feedbacks positivos de clientes que entenderam a nossa proposta de valor de promoção de saúde. Alguns disseram que só de usar o app de exercícios já se sentem mais saudáveis”, diz Asseituno.