Luis Novo, presidente e cofundador da Skore: empreendedor cria negócios de tecnologia desde os 17 anos (Skore/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 12 de janeiro de 2021 às 16h40.
Última atualização em 13 de janeiro de 2021 às 09h24.
A startup brasileira Skore, especializada em treinamentos corporativos, acaba de receber um aporte de 11 milhões de reais liderado pela gestora Astella Investimentos, que investe em empresas como RD Station e Omie. A Alexia Ventures, de Wolff Klabin e Patrick Arippol, também participou da rodada. Antes dessa captação, a empresa já havia recebido investimentos da Wayra, Redpoint, Barn Investments e Invest Tech.
A Skore foi fundada em 2015 pelos empreendedores Luis Novo e Ricardo Katayama. Como ela oferece um software para treinamentos empresariais e de franquias, se beneficiou da digitalização da economia e do trabalho ao longo de 2020, impulsionada pela pandemia. “O momento é propício, as empresas estão utilizando nosso serviço quatro vezes mais desde março. A demanda de novos clientes também não para de crescer”, diz Novo.
Laura Constantini, sócia e cofundadora da Astella Investimentos, afirma que as estratégias de treinamento e readequação profissional serão cada vez mais importantes para as companhias daqui em diante. “As pesquisas do mercado de treinamento e desenvolvimento nos mostram que a procura por soluções que apoiem esse desafio só aumenta a cada dia e a Skore é capaz de entregar valor para o desenvolvimento das empresas em escala”, afirma a investidora.
Hoje, a Skore tem 65 companhias clientes no Brasil, Argentina, Peru, México e Venezuela. Entre elas, estão nomes como Santander, Via Varejo, Nubank, Dr. Consulta e Ambev. A startup funciona em um modelo de assinatura de software. O valor da mensalidade varia de acordo com o porte da empresa e custa de 5 a 10 reais mensais por funcionário.
Com o novo investimento, a Skore pretende ganhar espaço no mercado latino-americano de treinamentos e triplicar seu faturamento em 2021. Para isso, foca no lançamento de novos produtos. Um deles é um chatbot humanizado, que utiliza inteligência artificial para responder às dúvidas dos alunos. A empresa também aposta em um módulo novo, que usa a lógica de jogos para estimular os estudantes, inspirado no popular aplicativo de idiomas Duolingo.
As estratégias estão relacionadas ao objetivo da empresa de oferecer treinamentos customizados para as necessidades de cada funcionário das companhias clientes. “Se um colaborador está com dificuldade de vender um produto, somos capazes de entregar o conteúdo adequado que vai ajudá-lo a vender melhor, aumentando a assertividade da educação e reduzindo o tempo necessário para que esta pessoa se desenvolva e entregue resultados", afirma Luis Novo, presidente da Skore.
Esse não é o primeiro negócio de Luis Novo. Empreendedor nato, o fundador da Skore cria empresas desde os seus 17 anos. Primeiro, fundou uma desenvolvedora de sites, chamada de Delta Tech. Com um ano de operação e poucos clientes, ele percebeu que ganharia mais com programas de computador, e aí fundou a Raja, uma desenvolvedora de softwares. A empresa conquistou clientes importantes, entre eles a americana Playphone, que acabou comprando sua operação. Na aquisição, Novo ganhou a oportunidade de ir para o Vale do Silício.
Durante os três anos e meio que passou nos Estados Unidos, o empreendedor buscou entender como as startups americanas funcionavam. De volta ao Brasil em 2012, ele decidiu criar uma consultoria para ensinar startups e empresas a construir produtos inovadores, a SuperNova Labs. Para ajudá-lo no dia a dia da operação, trouxe o amigo Ricardo Katayama.
Percebendo a dificuldade das companhias clientes de difundir conhecimento entre seus funcionários, os sócios deixaram a consultoria de lado e fundaram a Skore em 2015. Inicialmente, o negócio focava em pequenas empresas de alto crescimento, como as fintechs Nubank e Neon. Com o tempo, a empresa decidiu focar seus esforços em empresas de maior escala — o que permitiu o crescimento mais rápido do negócio.
Segundo Novo, seu maior desafio na gestão hoje é conseguir escalar a empresa com a demanda em alta. “Dobramos de tamanho em 2020 e vamos triplicar em 2021. Com isso, fica difícil adicionar novos produtos e contratar”, diz. Hoje, são cerca de 60 funcionários na Skore e o plano é chegar até 150 no final do ano.