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Startup que ajuda Mobly a mostrar produtos online leva aporte milionário

A R2U, fundada em 2016, usa realidade aumentada para ajudar empresas como Leroy Merlin e Electrolux a mostrarem seus produtos no e-commerce

R2U: empresa cresceu 60% ao mês durante a pandemia, impulsionada pelo crescimento do e-commerce (R2U/Reprodução)

R2U: empresa cresceu 60% ao mês durante a pandemia, impulsionada pelo crescimento do e-commerce (R2U/Reprodução)

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Carolina Ingizza

Publicado em 30 de novembro de 2020 às 11h15.

Última atualização em 30 de novembro de 2020 às 13h57.

Comprar online pode ser um desafio. Sem ver o produto ao vivo, muitos consumidores têm dificuldades para decidir se aquela peça é a escolha certa. Para tentar facilitar essa decisão de compra, a startup R2U, fundada em 2016 por Caio Jahara, usa realidade aumentada para permitir que empresas como Mobly, Leroy Merlin e Electrolux ofereçam a seus clientes a possibilidade de ver os produtos em 3D e testá-los no ambiente usando um smartphone.

Com o crescimento do e-commerce impulsionando seu negócio, que cresceu 60% ao mês este ano, a startup captou um novo investimento de 800.000 dólares (4,2 milhões de reais). A rodada, liderada pelo fundo brasileiro Canary, teve participação dos fundos Norte Ventures e Equitas; da empresa têxtil Coteminas; e dos cofundadores da Mobly, Victor Noda e Mario Fernandes.

“Conseguimos trazer pessoas e fundos que geram um valor absurdo para a gente. No caso do Mario e do Victor, é ainda mais legal, porque eles não só apostam em nós como prestadores de serviço, mas como investidores-anjo”, diz Jahara.

Com o capital semente, a empresa vai contratar mais pessoas para as equipes de tecnologia e comercial. Hoje, são 25 funcionários, mas a meta ao longo do próximo ano é chegar a cerca de 40 pessoas na empresa.

Por enquanto, uma nova rodada não está nos planos do fundador. “Queremos captar uma série A em meados de 2022, sem pressa. Estamos com caixa em dia, trabalhando bem e em um momento positivo do mercado. O desafio agora é gerir bem os recursos”, diz o fundador.

A história da R2U

Jahara é um programador autodidata. Fã do jogo World of Warcraft, ele aprendeu a desenvolver software ainda na escola. Em 2014, conseguiu um emprego como desenvolvedor na empresa de tecnologia Revmob, de onde saiu no final de 2015 para empreender.

Em 2016, ele começou sua jornada no mundo de realidade aumentada. Apostando suas fichas no novo óculos de realidade virtual da Microsoft, o HoloLens, ele começou a fazer projetos de programação para marcas que queriam usar a tecnologia em seus negócios.

“Estava tateando no escuro até 2017, quando a Apple e o Google lançaram a tecnologia de realidade aumentada para os smartphones”, diz o fundador. Com a possibilidade de usar a tecnologia em um dispositivo que está na mão de todo mundo, a R2U encontrou seu caminho.

Como funciona

A empresa hoje oferece um visualizador de realidade aumentada para as empresas clientes. De dentro do e-commerce da companhia parceira, o consumidor pode ver produtos em 360 graus, customizar seus materiais ou testá-los em casa, usando a câmera do smartphone.

A empresa oferece também um serviço de criação de cenas realistas. No caso de uma loja de móveis, é possível colocar a peça a ser vendida em um cenário decorado, criado totalmente de forma digital. Na Mobly, o uso das duas tecnologias aumentou em 82% a taxa de conversão de compra e em 115% o tempo que os clientes passam na página.

O modelo de monetização do negócio mudou no começo de 2020. Em vez de receber por projeto executado, agora a startup oferece seus serviços em um plano de assinaturas. Hoje, são 16 clientes pagando com recorrência. Há pacotes fechados, em que 50 modelos 3D custam 3.000 reais, ou personalizados, para lojas com volumes maiores. Nesses casos, a startup recebe uma taxa sobre o quanto a visualização aumentou o número de vendas para o cliente. “Isso nos obriga a sempre entregar valor”, diz o fundador.

A expectativa da empresa é que, em 2021, com mais empresas apostando nas vendas online, o negócio tenha um salto de crescimento, faturando oito vezes a receita de 2020. “Nos anos 1990, era um diferencial ter uma imagem no e-commerce, mas hoje é padrão de mercado. Isso é o que vai acontecer com a realidade aumentada em cinco anos”, diz Jahara.

 

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