Augusto Frazão, Paula Morais e Juliano Tebinka, sócios da Intera: a empresa tem clientes como Creditas, Quinto Andar, Itaú e Via Varejo (Intera/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 27 de dezembro de 2020 às 08h00.
Última atualização em 2 de fevereiro de 2021 às 12h33.
Foi unindo marketing digital ao processo de recrutamento que a startup brasileira Intera conseguiu crescer e chegar a um faturamento anual de 3 milhões de reais. A empresa, fundada em 2018 em Salvador, na Bahia, é especializada em atrair talentos de tecnologia para empresas como iFood, Creditas, Quinto Andar, Ambev, Via Varejo e Gerdau. Agora, para construir uma nova plataforma de RH, a companhia captou um aporte de 2,5 milhões de reais com um grupo de investidores-anjo brasileiro.
A idealizadora da companhia é Paula Morais, que já havia empreendido em um marketplace de aluguel de produtos e também trabalhado na empresa de educação médica Sanar. Ao perceber que haverá um déficit de 264.000 profissionais de tecnologia no Brasil até 2024, a empreendedora decidiu criar uma escola de formação de desenvolvedores web.
Em poucos meses de negócio, a Morais descobriu que apesar de haver oportunidade na educação, não conseguiria estruturar um modelo de negócio focado nisso. “Não havia ninguém disposto a pagar a conta da formação de desenvolvedores lá em 2017. Eu também não estava familiarizada com o modelo de venture capital, achava que o negócio teria que dar dinheiro desde o primeiro dia”, diz.
Em 2018, ela decidiu transformar a Intera em uma empresa focada em atender o mercado corporativo. “Conversamos com mais de 100 RHs em 2018 e percebemos que eles estavam insatisfeitos com as soluções de recrutamento de profissionais de tecnologia”, afirma Morais.
Para resolver esse problema, a startup criou um modelo de recrutamento batizado de hunt hacking. As empresas que assinam o serviço recebem um número de créditos por mês que podem ser utilizados para comprar indicações de candidatos. Usando inteligência de dados e técnicas de marketing digital, a Intera encontra os melhores profissionais para as vagas disponíveis e os convence a participar do processo seletivo.
Com o aporte, Morais e os outros cofundadores do negócio, Augusto Frazão e Juliano Tebinka, irão estruturar uma plataforma para que as próprias empresas possam operar o hunt hacking sozinhas.
“Vamos construir um produto tecnológico que escale a nossa solução e possibilite o nosso cliente a fazer o que a gente faz para ele: gerar contratações assertivas e em menor tempo", diz a fundadora. Atualmente, apesar de o processo utilizar tecnologia, profissionais da startup precisam participar da busca por candidatos.
Desde a fundação do negócio, a Intera já intermediou mais de 400 contratações para posições técnicas nas corporações. Para 2021, a meta dos sócios é dobrar a receita do negócio, que faturou cerca de 3 milhões de reais neste ano, três vezes mais que em 2019. O desafio da empresa será conseguir ganhar escala e eficiência nas vendas enquanto trabalha para criar a primeira versão do novo software.