EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 30 de maio de 2013 às 12h42.
São Paulo – Desde que se mudou para São Paulo, em agosto do ano passado, Carmelo Queiroz afirma que está colocando um pouquinho de rapadura no mercado de startups brasileiras. A brincadeira feita pelo jovem de 25 anos revela uma tendência que começa a se consolidar no país: o eixo Rio-São Paulo não é mais o único celeiro para o empreendedorismo.
Nascido em Fortaleza, no Ceará, Queiroz é fundador do Logovia, plataforma online destinada para pequenos empresários que desejam criar uma identidade visual para seu negócio. O site permite que os empresários entrem em contato com os 8 mil designers cadastrados no sistema, podendo escolher a melhor proposta para a criação do seu logotipo.
Após a sua criação, em 2011, o Logovia registra uma média de 200 logos comercializados a cada mês. Com o objetivo de negociar 5 mil projetos até o final deste ano, a startup pretende faturar 3 milhões de reais em 2013, atingindo a meta de 10 milhões de reais até o final de 2014.
Queiroz se interessou pelo empreendedorismo com o pai, dono de um call center na cidade de Fortaleza. Desde a adolescência, o jovem ajudou nos negócios da família e iniciou um curso de administração de empresas na capital cearense. Inspirado no modelo de crowdsourcing, que utiliza conhecimentos coletivos da internet na criação de conteúdo, o rapaz se juntou a Pedro Assis, colega no curso de administração, para iniciarem o próprio negócio.
Logo no início, a dupla esbarrou em um problema aparentemente simples: não encontraram uma solução rápida e barata para criar o logotipo da empresa. “Descobrimos que esse era um problema do pequeno empreendedor e, após pesquisas de mercado, decidimos investir nessa plataforma”, afirma Queiroz.
Os jovens perceberam que criar uma empresa online não é tarefa fácil. “Tínhamos experiência em empresas offline, e percebemos que o ambiente da internet é muito mais rápido, existem processos e estratégias diferentes, com concorrentes globais ao seu lado”, diz o jovem.
Dessa maneira, para tentar dinamizar o empreendimento, o Logovia decidiu participar de um processo de aceleração. Em agosto do ano passado, a startup se mudou para a cidade de São Paulo, onde ingressou na Tree Labs, aceleradora localizada no bairro de Higienópolis. Lá, puderam conviver com outras jovens empresas, além de receber conselhos de mentores e encontrar investidores dispostos a capitalizar o projeto.
Hoje, o Logovia ainda opera em um escritório que fica dentro da aceleradora, mas já conta com os primeiros funcionários. “O nosso objetivo é ter uma equipe de até 14 pessoas ao final do ano”, diz Queiroz. No entanto, o faturamento da empresa ainda não contenta o criador do negócio. “Devemos criar, cada vez mais, um resultado robusto para nossos clientes, crescendo de tal maneira que empreendedores de todos os cantos do país possam utilizar os serviços do Logovia.”
Apesar de já estar adaptado à correria paulistana, o CEO da startup confia que o ambiente de empreendedorismo se espalhará por todo o país. “O mercado nordestino está amadurecendo em um ritmo acelerado. É verdade que a maior parte dos investidores ainda está em São Paulo, mas em pouco tempo poderão nascer grandes negócios no Nordeste.”