André Mortari, CEO da LET'S Delivery: foodtech captou R$2,1 para ajudar restaurantes a gerenciarem delivery (LET'S Delivery/Divulgação)
A foodtech LET’S Delivery acredita que a inteligência nas entregas é a base do futuro da alimentação. Na urgência de migrar para o digital, bares e restaurantes adotaram o delivery em massa, e agora precisam definir estratégias para manter esse canal ativo e relevante, mesmo com a retomada presencial. Para ajudar esses estabelecimentos nessa jornada, a startup acaba de receber um aporte de 2,1 milhões de reais em uma rodada pré-seed que contou com Marcos Ferreira, ex-CEO da Mapfre, e Flávio Dias, investidor-anjo e ex-presidente da Via Varejo (agora Via).
A captação também teve participação de um family office de Ribeirão preto, em São Paulo, e de um fundo de investimento paulista — que não pode ser divulgado devido a acordos contratuais. Com o negócio, a startup passa a valer 20 milhões de reais.
A startup foi fundada em 2018 pela empreendedora Sandra Mortari, a partir de uma estratégia de consultoria a restaurantes que desejavam se estabelecer no delivery. Mas, foi apenas há 2 meses que a empresa uniu o modelo de negócio à tecnologia, lançando uma plataforma digital que integra o software de gestão e as dicas de consultoria aos estabelecimentos do setor de alimentação, chamado de LET’S Delivery Max.
Lançado em julho deste ano, o software já possui mais de 100 clientes. A proposta é unificar todas as plataformas de delivery (vide iFood, Rappi e Uber Eats) em um único ambiente, além de oferecer recursos como otimização do cardápio — tornando o menu mais enxuto com base nos produtos mais buscados em cada ponto de venda — e análise de performance de diferentes pratos por hora do dia. Tudo isso com a ajuda de inteligência artificial.
“Acreditamos que uma pizzaria por exemplo, não precisaria esperar o pedido chegar para fazer uma pizza, mas que seja capaz de trabalhar com estatísticas”, diz André Mortari, CEO da LET’S Delivery e que assume a presidência após uma temporada como um dos principais investidores-anjo da empresa, com injeções de capital que somam 500.000 reais.
Com a injeção de capital, a empresa pretende reforçar o pilar tecnológico do negócio. Segundo Mortari, 65% do investimento será alocado em tecnologia, com o intuito de tornar a IA da LET’S Delivery ainda mais intuitiva e com uma série de novos parâmetros de análise, para dentro e fora dos restaurantes. Um exemplo está no monitoramento dos horários mais movimentados nos pontos físicos para que a gestão de equipes seja mais assertiva.
A ambição é encerrar o ano com uma base de clientes 10 vezes maior, com 1.000 usuários, e um valor de mercado de 100 milhões já no ano que vem.
O ano de 2022 também deve marcar a entrada da empresa no segmento de seguros, com apólices financiadas, em parte, pelo plano pago pelos próprios restaurantes. A ideia é ter seguros para casos de extravios de pedidos, por exemplo.
A inserção no universo das fintechs também não é descartada pelo CEO. “Olhamos até mesmo para os empréstimos para ajudar restaurantes na compra de insumos”, diz.
Em boa medida, as novas frentes de atuação também devem acelerar o crescimento do time de interno. Hoje a LET’S Delivery tem 45 funcionários, e pretende finalizar o ano com 60, todos atuando de forma remota. “Queremos revolucionar a alimentação dando conhecimento e inteligência de negócio aos restaurantes e estamos apenas no início dessa caminhada”, diz.
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