Renato Ferraz, CEO da Easy B2B (David Aboothy/Divulgação)
A corrida pela transformação digital fez com que empresas apertassem o passo para levar para o online processos que antes eram feitos no tête à tête, como o relacionamento com fornecedores que abastecem sua cadeia de suprimentos. Nesse contexto surgem empresas dispostas a ajudar essas companhias a terem suas cadeias abastecidas em apenas alguns cliques, como é o caso da Easy B2B, startup de varejo digital dedicada a facilitar o processo de compra e venda entre empresas.
“A companhia nasceu da percepção de que a transformação digital não demoraria a atingir as empresas que ainda não tinham um ambiente único para essas trocas comerciais”, diz Renato Ferraz, presidente da Easy B2B.
Fundada em 2019, a empresa é fruto de um processo de aceleração do Innovation Lab, do STARTUP BASECAMP, programa do Vale do Silício, dois anos antes. “A nossa missão é deixar toda essa cadeia de suprimentos mais transparente e mais fluida. Somos como a Amazon das empresas”, diz.
A comparação com a Amazon é uma maneira de explicar mais facilmente o modelo de negócio da empresa. Hoje, a startup funciona como uma plataforma de compra e venda de produtos, os famosos marketplaces, com a diferença de operar apenas entre empresas.
O ambiente digital da startup pode ser adaptado de acordo com o usuário, modelo chamado de white label, no qual um software é disponibilizado para que cada empresa ajuste da maneira que melhor se adeque às suas necessidades. No rol dessas escolhas está a de fornecedores e produtos. Segundo Ferraz, a variedade de produtos comercializados é um dos principais diferenciais da empresa. Já são mais de 150.000 itens cadastrados. “A Easy B2B transaciona de alfinetes a foguetes”, diz. O mais comum, no entanto, são os materiais de escritório, limpeza e de proteção individual, em alta com a pandemia.
Hoje a startup conta com mais de 3.700 empresas cadastradas, e 8.500 usuários ativos.
Na lista estão a rede de alimentação China in Box e a varejista RaiaDrogasil, que abastecem as lojas com a ajuda da plataforma. A Easy B2B também já fez seu primeiro cliente no setor público: o Ministério da Economia. O órgão utiliza a Easy B2B em um projeto batizado de "almoxarifado virtual”, que visa reduzir os custos das compras federais. “O projeto deve transacionar alguns bilhões nos próximos anos. É algo complexo”, diz o CEO.
Para o futuro, a empresa aposta na automação dos pedidos feitos via WhatsApp, como uma maneira de facilitar a integração entre diferentes canais de venda — além de dar uma atenção especial a um dos canais que mais crescem em relevância.
Essa novidade será facilitada com a ajuda de uma nova injeção de capital. A empresa recebeu um aporte de 1,4 milhão de reais em uma rodada semente feita na plataforma de financiamento coletivo CapTable. O objetivo é usar o valor na melhoria do produto, tornando a plataforma com gerenciamento cada vez mais simples.
Com as melhorias, a meta é crescer a base de clientes em duas vezes. “Esse investimento vai ajudar a Easy B2B a caminhar, melhorar a infraestrutura e estar pronto para receber esses novos clientes”, diz.
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