PME

Startup cria Spotify da caridade para doar o seu dinheiro

Fundada em Brasília, startup tem 50 mil usuários ativos e planeja lançar aplicativo fora do país; mensalidade de doações vai de 10 a 50 reais

Carlos Menezes, João Moraes e Rafael Rodeiro, fundadores da Ribon (Ribon/Divulgação)

Carlos Menezes, João Moraes e Rafael Rodeiro, fundadores da Ribon (Ribon/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 19 de fevereiro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 19 de fevereiro de 2020 às 06h00.

Os serviços de assinatura estão na moda e têm garantido o crescimento de grandes empresas como Amazon, Netflix e Spotify. Se o consumidor está disposto a pagar mensalmente para ler livros, ver filmes ou ouvir música, será que ele toparia colocar a mão no bolso todo mês para fazer uma doação para causas sociais?

Essa foi a pergunta que levou a Ribon, uma startup de Brasília, a criar um serviço de assinatura para doações. O negócio funciona através de um aplicativo e é voltado principalmente para os mais jovens. “Os millenials são envolvidos com causas sociais, mas as doações eram muito distantes do mundo deles. Criamos uma plataforma para melhorar a experiência de doação”, afirma Rafael Rodeiro, CEO da Ribon.

O negócio começou quando os fundadores estavam na faculdade. Eles perceberam que seus colegas se preocupavam com problemas sociais, mas não tinham o hábito de doar. A ideia de uma aplicativo para fazer as doações foi colocada de pé em 2016. Hoje o negócio tem 50 mil usuários ativos.

O serviço funciona assim: o usuário baixa o app em seu celular e passa a receber uma notificação por dia com uma notícia boa. A ideia é fugir do noticiário negativo. A cada notícia lida, o usuário recebe uma quantidade de pontos, chamados de ribons, que são usados como uma moeda virtual para fazer doações às causas que mais interessarem ao usuário. Ao doar os ribons, ele compra por exemplo 100 dias de medicamentos, 35 dias de água potável.

Assim como o serviço de streaming de músicas Spotify, há uma modalidade de uso gratuito e uma modalidade paga. A grande maioria dos usuários usa a modalidade gratuita. A modalidade paga, começou a rodar este ano. As doações mensais podem ser de 10, 25 ou 50 reais. “Foi uma demanda dos próprios usuários, que queriam ajudar mais”, afirma Rodeiro.

No caso dos usuários não pagantes, as doações para as entidades vêm através de patrocínio. A Ribon já recebeu patrocínio de seis empresas; hoje tem três no portfólio: a marca de moda Malwee, o clube de turismo Bacorbrás, e o aplicativo de meditação Lojong.

De 2016 até hoje, a Ribon já intermediou a doação de cerca de 200 mil reais. No caso do patrocínio, a startup fica com 30% do valor. No caso das assinaturas, ela fica com 7%. O restante vai para as entidades beneficiadas. No momento são quatro projetos, que atuam nos temas nutrição infantil, saúde básica, água potável e medicamentos. A empresa hoje tem tem 19 funcionários, incluindo os três sócios, Carlos Menezes, João Moraes e Rafael Rodeiro, que hoje se dedicam integralmente ao negócio.

Em 2017, a Ribon passou pela aceleração da Cotidiano, e recebeu aporte de 100 mil reais da aceleradora. No ano passado, teve uma rodada de investimento de 1 milhão de reais, liderada pela Redpoint. A startup agora se prepara para a final da competição Seedstars na Suíça em junho deste ano. O evento ajudará a atingir as metas da empresa para 2020. O objetivo é multiplicar seu tamanho por cinco, e lançar o aplicativo fora do país. Para isso, a startup deve captar mais uma rodada de investimentos este ano.

Acompanhe tudo sobre:DoaçõesStartups

Mais de PME

ROI: o que é o indicador que mede o retorno sobre investimento nas empresas?

Qual é o significado de preço e como adicionar valor em cima de um produto?

O que é CNAE e como identificar o mais adequado para a sua empresa?

Design thinking: o que é a metodologia que coloca o usuário em primeiro lugar