O slow food preza pela valorização das produções locais (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h35.
João Pessoa - Criado na década de 80 em contraposição ao fast food, o conceito slow food pode ser uma alternativa para produtores de alimentos orgânicos da Paraíba.
Primando pela qualidade e pelo respeito socioambiental, a prática de excelência no manuseio de alimentos pode render a produtores preços maiores em cerca de 20%.
O tema foi abordado hoje (22), no último dia do II Seminário de Indicação Geográfica, apoiado pelo Sebrae na Paraíba e que acontece na sede da instituição, em João Pessoa.
Segundo Adriana Lucena, representante da Slow Food Foundation, rede mundial que conta com mais de 100 mil associados, a filosofia do slow food vai além do benefício ao produtor; passa também pelo resgate do prazer da alimentação por meio da ecogastronomia.
"Ao ser bem produzido - o que significa que o alimento passa por parâmetros de respeito ao meio ambiente, ao trabalho e pela valorização do produtor - o alimento rende um sabor melhor, de mais qualidade. Defendemos o direito ao prazer de alimentar-se com uma comida boa, limpa e justa", explicou Adriana.
Especialista em gastronomia que utiliza produtos de origem, aqueles que possuem selos de procedência, Paulo Abreu, do Estilo Gourmand, afirma que no exterior existe um número crescente de restaurantes que utilizam produtos orgânicos e fazem disso sua marca.
"Esses restaurantes atraem clientela e ganham prestígio de acordo com o sabor e a origem do alimento. Existem também as lojas de produtos gourmet, que absorvem esses tipos de produtos orgânicos com indicação geográfica e selos de procedência. Em todos os dois casos observamos um consumidor que paga mais por isso. E paga feliz", comentou.
Perfil do consumidor
O especialista alerta que o perfil do consumidor de alimentos está mudando devido à busca por melhores opções e produtos mais saudáveis, além da preocupação crescente com o meio ambiente e com o próximo. No entanto, o Brasil ainda não atende a essa parcela de mercado de forma satisfatória.
"Poucos produtores trabalham com o orgânico ou se preocupam em ter selos de precedência, além de não fazerem uma boa comunicação com o público para que as pessoas conheçam e consumam o produto sustentável. A falta de políticas públicas de subsídios para o setor também dificulta", alerta Paulo.
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