Entregadores da Rappi: a startup colombiana já captou 1,4 bilhão de dólares ao todo (Germano Lüders/Exame)
Mariana Fonseca
Publicado em 30 de abril de 2019 às 16h48.
Última atualização em 30 de abril de 2019 às 17h02.
A Rappi, startup colombiana que promete entregar de tudo, recebeu o maior investimento já visto em um negócio inovador na América Latina. O recorde anterior estava com o concorrente brasileiro iFood, em uma rodada de 500 milhões de dólares. O novo aporte, de um bilhão de dólares, é muito superior a todos já recebidos pela companhia e foi liderado pelo conglomerado japonês SoftBank. A informação foi confirmada pela Rappi em comunicado à imprensa.
Com a nova injeção de capital, a Rappi captou 1,4 bilhão de dólares ao todo. A companhia já havia se tornado um unicórnio, startup avaliada em um bilhão de dólares ou mais, em setembro do ano passado.
Criada em julho de 2015, a Rappi medeia desde o pedido em restaurantes até pagamentos e contratações de faxineiras e manicures. A startup colombiana está em sete países da América Latina, com média de crescimento mensal de 20% no ano passado. No Brasil, o app de delivery está em 13 cidades e registra taxa de crescimento mensal de 30%. No acumulado de 2018, a startup afirma ter aumentado em sete vezes o número de produtos entregues.
Até novembro do ano passado, a Rappi tinha 3,6 milhões de usuários, um quinto deles no Brasil. Com “milhares de estabelecimentos”, mediava 11 mil pedidos por hora. A startup não divulga dados atualizados, mas afirma ter superado tais números. Nos próximos três anos, o empreendimento de delivery projeta chegar a 80 milhões de usuários.
De acordo com a Rappi, o novo aporte aprofundará a presença da startup colombiana nos mercados que já atua e irá acelerar o crescimento para novos mercados na América Latina e para o lançamento de novos produtos e serviços.
“É o momento para uma América Latina pautada pela tecnologia e o apoio do SoftBank é essencial para liderar essa transformação”, escreveu o cofundador da Rappi, Simón Borrero.
Além do SoftBank, outros investidores de renome no serviço de delivery são os fundos DST Global (que já investiu na fintech brasileira Nubank e em gigantes como Spotify e Stripe), Sequoia Capital (Airbnb, Decolar, Google, Instagram, LinkedIn, Nubank e WhatsApp) e Andreessen Horowitz (Airbnb, Buzzfeed, Facebook, Instagram, Lyft e Pinterest).
O investimento na Rappi foi liderado pelo fundo mais conhecido do conglomerado japonês -- o Vision Fund, com recursos de 100 bilhões de dólares. No mês passado, o SoftBank anunciou a criação do Innovation Fund, um fundo de cinco bilhões de dólares voltado para investimentos em negócios inovadores da América Latina. Espera-se que o aporte na startup colombiana seja repassado ao Innovation Fund. Se acontecer, um quinto dos recursos prometidos pelo Innovation Fund já possuem um único dono.
“A América Latina está prestes a se tornar uma das regiões econômicas mais importantes do mundo, e prevemos um crescimento significativo nas próximas décadas”, afirmou na época da criação do fundo Masayoshi Son, presidente do conselho e CEO do SoftBank. Desde 2012, os investimentos em startups da região quase triplicaram, acumulando mais de 6,3 bilhões de dólares contando a rodada do iFood.
Não é o primeiro investimento do conglomerado japonês na região. Em 2017, o SoftBank investiu 100 milhões de dólares no aplicativo brasileiro de transporte particular 99. O Vision Fund investiu 100 milhões de dólares na startup de entregas Loggi no ano passado.
Marcelo Claure, diretor de operação do SoftBank Group, afirmou no comunicado que “em menos de quatro anos, a Rappi se tornou uma das startups que mais cresce na América Latina, o que demonstra a imensa oportunidade da região”.
Jefrrey Housebold, sócio operador no SoftBank Investment Advisers, acrescentou que “estamos investindo diante de uma incrível oportunidade de longo prazo para a Rappi. Essa companhia de rápida escalabilidade possui o potencial de expandir para muito além de seu negócio atual e se tornar uma das companhias de tecnologia da América Latina.”