Futuro: será que pais podem aprender a educar seus filhos com base na infância dos empreendedores? (Thinkstock)
Mariana Fonseca
Publicado em 8 de novembro de 2016 às 06h00.
Última atualização em 8 de novembro de 2016 às 09h14.
São paulo - Hoje, convidamos você para pensar sobre as decisões que tem tomado nos últimos tempos, sobre os caminhos que sua empresa tem tomado e o que você espera do futuro.
Sabe aquela famosa pergunta “onde você se vê daqui cinco anos?”, que você cansou de ouvir ou fazer em entrevistas de emprego? Pode até parecer loucura, mas essa provocação é uma das mais importantes para o futuro do seu negócio.
Por mais que o próprio presente possa parecer incerto e cheio de surpresas, se você não se perguntar isso, quem mais vai? Pronto para começar a imersão?
Imagine que, por um dia, você vai trabalhar na sua empresa. Pode ser em qualquer área — a ideia é imaginar o quão próximo de você o seu colaborador se sente. Seja sincero: será que ele lhe mandaria uma mensagem pedindo ajuda com algum problema ou teria medo da sua reação?
O papel do empreendedor é essencial para o sucesso de qualquer empresa, mas não é qualquer um que consegue exercer bem essa função. Por isso o perfil de “líder servidor” está tão em alta. Mais do que ouvir os colaboradores, o líder atua como um conector, trazendo à tona o melhor de cada um, garantindo que todos estão remando para uma mesma direção.
Sem perceber, tomamos muitas decisões no alto de nossas salas de reuniões, cada vez mais distantes da realidade dos consumidores e da linha de frente de vendas.
Sair do escritório por algumas horas, visitar seus pontos de venda, dar uma olhada na concorrência e ouvir seus clientes, além de ser um choque de realidade, dimensiona o impacto que as suas decisões têm lá na ponta, na experiência de cada cliente com a sua marca.
Essa é uma prática bem comum de líderes como Claudia Senders, presidente da TAM, que costuma tomar café com pilotos e visitar aeroportos do Brasil, e José Galló, CEO da Renner, que gasta a sola de sapato para visitar aos fins de semana, até três lojas da rede, de olho nas vendas, nos problemas e no jeito como os funcionários atendem os clientes.
E não é só de empresas brasileiras que estamos falando. Phil Bryant, vice-presidente da Dell, conta que ele deixa bem claro para o seu time quem deve estar no comando: os consumidores.
Na pressa de lidar com um fracasso ou algo que deu errado no caminho, tratamos de colocar as falhas embaixo do tapete e partir para a próxima, deixando ir com elas qualquer chance de reflexão, amadurecimento e aprendizado.
Osvaldo e Carla, fundadores da Gigalink, sentiram isso tudo na pele. Até o casal chegar no que a Gigalink é hoje foi um caminho árduo: além de empresas quebradas, eles adquiriram uma dívida de mais de R$ 300 mil reais.
Depois de alguns altos e baixos, os empreendedores encontraram seu norte, aprenderam com seus erros e agora faturam R$15 milhões. E eles não foram os únicos a encarar o fracasso antes do sucesso.
Alexandre Serodio, fundador do Beleza na Web, quebrou na pessoa física para conseguir fazer com que sua empresa ainda tivesse chances. Por mais que esse lado menos glamouroso do empreendedorismo fique de lado, o risco e a falha são fundamentais para a evolução de todo empreendedor.
Afinal, como sabiamente disse o empreendedor em série Brad Feld, “depois de fracassar em alguma coisa, deixe-se experimentar o que você tiver que experimentar.”
Grande parte dos empreendedores diz estar sozinho nesse mundo, mas isso não é verdade. Já parou para pensar em quantas pessoas podem estar espalhadas por aí compartilhando da mesma dor que você? Às vezes, esses empreendedores não atuam no mesmo setor que você e podem até estar em outro nível de maturidade, mas eles, com certeza, podem ajudá-lo. É por isso que a figura do mentor é tão importante.
Vitor Torres, cofundador da Contabilizei, conta que, se tivesse apenas R$ 100 reais para começar uma nova empresa, investiria tudo em café. Não para se manter acordado e ser mais produtivo, mas sim para conversar com aqueles empreendedores que já vivenciaram experiências incríveis e podem agregar muito para o negócio. E essas conversas são boas para os dois lados!
Depois de passar dois dias realizando mentorias junto a startups, Maximiliano Carlomagno, da Innoscience, relatou um pouco do que viveu: “Quando pensamos em realizar uma mentoria, temos a pretensão de que nós iremos ensinar algo. Comigo aconteceu exatamente o oposto: levei de lá mais do que deixei”.
Ter alguém em que você possa confiar faz toda a diferença, seja na hora de celebrar suas vitórias ou pedir conselhos. Se você gostou da ideia, mas não sabe direito por onde começar, este artigo pode te ajudar muito.
Essa foi a pergunta que Phil Libin, CEO do Evernote, fez ao seu time. Mais do que trazer uma solução ou produto inovador para o mercado, os empreendedores devem estar de olho no futuro. De nada vai adiantar ter aquela ideia de US$ 1 milhão se ela não for revista de tempos em tempos.
Um erro fatal que muitos empreendedores cometem, principalmente os que estão em pleno crescimento, é perder o foco e se ver perdido no mar sem um bote salva-vidas.
Por mais que a reinvenção da empresa deva ser diária, traçar o caminho das pedras para o sucesso vai muito além da criação da empresa. É uma algo que exige o comprometimento de todos, principalmente dos colaboradores.
Israel Salmen, fundador do Méliuz, e Isabel Humber, fundadora da OQVEstir, compartilharam, durante o CEO Summit, alguns aprendizados que tiveram na hora de engajar seus funcionários. Israel relatou que, na última Black Friday, dormiu em seu escritório, junto com seus colaboradores, para conseguir ter certeza de que todos os clientes seriam respondidos a tempo.
No final do dia, estar em sintonia com a sua equipe é o que vai fazer com que seu negócio se mantenha firme e não vire apenas uma memória daqui alguns anos.
A sexta e última pergunta deixamos na forma de um manifesto, para homenagear todos os empreendedores que, como você, investem tempo, conversas e muitos cafés para responder às perguntas que vão levá-lo a um novo patamar nos negócios.
Queremos que você dedique um tempo para fazer novas perguntas. O futuro da sua empresa e do Brasil depende, em grande parte, do modo como você vai agir nos próximos anos.
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