Problemas: a franquia pode não ser um bom negócio caso franquador e franqueado deixem de seguir alguns preceitos básicos (Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 28 de agosto de 2015 às 12h32.
Quando uma franquia pode ser um mau negócio?
Escrito por Lyana Bittencourt, especialista em franquias
O franchising é um sistema utilizado mundialmente pelas empresas para a expansão de suas marcas. É um sistema que permite replicar modelos de negócios e fórmulas operacionais de sucesso para que outros empreendedores ganhem também operando uma unidade utilizando um know-how já consolidado.
Da decisão de franquear o negócio até divulgar para o mercado o modelo de franquia para atrair empreendedores, o empresário precisa cumprir algumas etapas desse processo, entre elas, avaliar a viabilidade da aplicação do sistema de franquias para replicar o modelo; implantar uma estrutura com foco na gestão da rede; implantar processos e capacitar pessoas para que seja possível a transferência de know-how para os futuros franqueados que vão investir na marca.
Um ponto de fundamental importância é a definição do perfil do franqueado que vai operar o negócio, que deve ter sinergia e aderência ao perfil do negócio, caso contrário o que poderia ser a realização de um sonho pode se tornar um pesadelo, para ambos, franqueador e franqueado.
Para o franqueador porque ele corre o risco de ter um franqueado na rede que não consegue operar o negócio dentro dos padrões determinados e, consequentemente, não consegue obter os resultados projetados. E para o franqueado porque ele investiu em um negócio sem a condição de se rentabilizar, correndo o risco de perder o que investiu.
Analisando os aspectos colocados acima, o que pode tornar uma franquia um mau negócio é exatamente deixar de estruturá-la como mandam as boas práticas do franchising, queimar etapas importantes do processo e colocar a franquia na mão de um operador sem o perfil adequado para operá-la.
Outros aspectos podem levar uma franquia ao insucesso, como a escolha do ponto, a inadequação do produto com o público alvo, a falta de marketing para divulgação do negócio e a falta de apoio ao franqueado por parte da franqueadora.
O que não quer dizer que o sistema de franquia não é bom, ao contrário, é comprovadamente um sistema que permite ao empresário crescer e gerar riqueza com a sua marca. No entanto, deve ser planejado com responsabilidade e com o compromisso de praticar uma relação ganha-ganha.
Franquia também pode ser um mau negócio quando o franqueado não cumpre com o que se comprometeu ao aderir ao sistema, não se envolvendo o suficiente para realizar os resultados projetados e para atrair e reter clientes para a sua unidade.
Achar que os resultados vão “brotar” apenas pelo fato de ser uma franquia é um grande equívoco. O trabalho deve ser duro principalmente nos dois primeiros anos, tempo estimado para ganhar o mercado, tornar-se conhecido na região e começar a gerar caixa positivo.
A franquia também pode ser um mau negócio quando franqueados indisciplinados passam a não seguir as regras da franquia e tendem a partir para reinventar a roda, o que só tira o foco, além de fazer com eles passem, de forma desnecessária, por experiências que já fizeram parte da curva de aprendizado do franqueador.
Lyana Bittencourt é especialista em franchising e diretora de Marketing e Desenvolvimento do Grupo Bittencourt.