Vitamina C e Própolis: clientes buscavam produtos para fortalecer o sistema imunológico durante a pandemia de coronavírus (Bio Mundo/Divulgação)
Carolina Ingizza
Publicado em 30 de março de 2020 às 06h00.
Última atualização em 31 de março de 2020 às 00h49.
Fora os segmentos de supermercado e farmácia, outro setor que está crescendo em meio à crise causada pelo coronavírus é o de produtos naturais. Levantamento realizado pela rede de franquias Bio Mundo mostra que a venda de itens que ajudam no fortalecimento da imunidade, como própolis, vitamina D e óleo de alho, disparou em março.
Os dados da empresa compararam as vendas de 17 a 19 de fevereiro, antes do primeiro caso de coronavírus ser confirmado no país, com as de 16 a 18 de março. No período analisado, própolis e própolis verde tiveram aumento de venda de 835% e 680%, respectivamente. A venda de óleo de alho também disparou 690%, seguida pela de vitamina C (405%), glutamina (378%), mel (210%) e vitamina D (172%).
No período analisado, as 105 lojas físicas da Bio Mundo estavam abrindo normalmente, mesmo dentro de shopping centers. Edmar Mothé, presidente e fundador da Bio Mundo, diz que as pessoas iam até as unidades “com certo desespero” em busca dos produtos. “Eles compravam seis unidades de cada item, para toda a família, com medo de faltar. Foi uma demanda absurda”, afirma.
Com o fechamento de muitas unidades para o público, a rede precisou focar na plataforma de e-commerce, que não tinha recebido muita atenção até então. Para dar conta da demanda, a empresa adotou um modelo de pedido por WhatsApp. Além disso, em março, foi iniciada uma parceria com o aplicativo de delivery colombiano Rappi — que está sendo firmada gradualmente por cada um dos franqueados.
Apesar dos desafios de continuar com a operação funcionando mesmo com menos pessoas circulando nas ruas, Edmar está otimista com o futuro e empenhado em seguir atendendo os clientes. “Além dos produtos naturais, vendemos alimentos para pessoas com intolerâncias alimentares, como os celíacos, por isso precisamos continuar abertos”, diz.
Um estudo conduzido por cientistas na Universidade de Turim, na Itália, indicou que a vitamina D pode ser uma aliada para o combate à pandemia de coronavírus. Para os pesquisadores, a vitamina não é uma cura, mas sim uma ferramenta capaz de reduzir os fatores de risco da doença. A pesquisa apontou que a maioria dos pacientes hospitalizados por covid-19 observados apresentou falta da vitamina D, especialmente os idosos.
No documento, os autores sugerem aos médicos que, junto as medidas gerais de prevenção, “garantam níveis adequados de vitamina D na população, mas sobretudo naqueles já infectados, em seus familiares, nos profissionais de saúde, em idosos frágeis, em pessoas em residências assistenciais, de quarentena e em todos aqueles que, por várias razões, não se expõem adequadamente à luz do sol”.
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