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Projeto de empresa jr. gera renda e economia de água no semiárido

O projeto foi o vencedor do Desafio AMA, um concurso promovido pela Ambev e pela Brasil Júnior, e vai receber 30 mil.

A água AMA, que vai financiar projeto de empresa jr. no Ceará (Foto/Divulgação)

A água AMA, que vai financiar projeto de empresa jr. no Ceará (Foto/Divulgação)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 13 de setembro de 2017 às 06h00.

Última atualização em 13 de setembro de 2017 às 06h00.

São Paulo – Ajudar a gerar renda ainda usar de forma sustentável um recurso tão escasso no semiárido brasileiro: a água. Esse é propósito de um projeto elaborado pela Sea Jr., empresa júnior da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e que será implementado na comunidade cearense de Sítio Caiçara, em Jaguaruana, cidade a 187 km de Fortaleza no Ceará.

O projeto foi o vencedor do Desafio AMA, um concurso promovido pela Ambev e pela Brasil Júnior com o objetivo de envolver os jovens na busca de soluções para gerar renda no semiárido brasileiro e combater a escassez de água. Com isso, a Sea Jr. receberá 30 mil reais para implementá-lo.

Chamada de Aquaponia, a tecnologia tem a seguinte proposta: usar a mesma água utilizada na criação de peixes para o cultivo de hortaliças, através de um processo de filtragem. Neste processo, a mesma água pode ser usada diversas vezes, e é necessário apenas repor a água que evapora com o calor durante o processo.

“O processo gera uma economia de mais de 50% de água em comparação ao cultivo que não utiliza esse modelo”, afirma Eduarda Tayná de Almeida, de 21 anos, que é presidente da Sea Jr. e estudante de engenharia de aquicultura da UFRN.

Ela conta que a água usada na criação de peixes passa por um processo de filtragem, para retirada de componentes que seriam tóxicos para as plantas, e só então chega ao cultivo de hortaliças levando os nutrientes acumulados na fase anterior. De lá, volta para a criação de peixes num ciclo contínuo.

“Sem esse sistema, muitas vezes a água do cultivo de peixes é despejada nos rios, gerando poluição. Por isso pensamos num processo sustentável que usa essa água para o cultivo de plantas, o que além de ter um impacto ambiental, tem um impacto econômico, já que muitos lugares sofrem com a falta de água”, afirma Almeida.

A estudante explica que a Sea Jr. também oferece esse serviço para empresas privadas, com a diferença que, por ser uma empresa júnior (ou seja, uma empresa dentro de uma universidade), os estudantes que trabalham lá não são remunerados. Todo o dinheiro recebido é revertido para a própria empresa.

“A experiência na empresa é fantástica, a gente aprende as diversas áreas no negócio, a gente elabora proposta, contrato, negocia com o cliente. É uma vivencia profissional, mas dentro da academia. Uma experiência muito rica, principalmente para quem busca esse caminho de ser um empreendedor”, diz.

Água AMA

A comunidade de Sítio Caiçara, no Ceará, é uma das quatro atendidas pelos projetos da água AMA, um produto da Ambev que reverte todos os seus lucros para promover o acesso à água em locais em que esse recurso é escasso. Elaborado em conjunto com a Yunus – que atua no desenvolvimento de negócios sociais no Brasil – e iniciado em março deste ano, o programa já destinou 600 mil reais para este fim.

O projeto atua principalmente na construção de poços e mini-usinas de energia solar para distribuição de água nas comunidades atendidas. “Percebemos que, com isso, as comunidades deram um grande passo no desenvolvimento e na qualidade de vida. Muitas famílias começaram a criar hortas e pequenas plantações de subsistência”, afirma Andrea Matsui, gerente de sustentabilidade da Ambev. Segundo ela, o Desafio AMA é uma forma de incluir jovens talentosos no desenvolvimento de soluções para o problema da escassez de água.

 

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