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Presidente do Boticário diz qual o maior erro de quem empreende

Artur Grynbaum falou a empreendedores sobre sua trajetória na gigante de beleza – incluindo os erros que cometeu e observou.

Artur Grynbaum, presidente e sócio do Grupo Boticário:  a única chance de o país seguir em frente é através do empreendedorismo, para o empresário (Denise Maher e Felipe Tazzo/Endeavor/Divulgação)

Artur Grynbaum, presidente e sócio do Grupo Boticário: a única chance de o país seguir em frente é através do empreendedorismo, para o empresário (Denise Maher e Felipe Tazzo/Endeavor/Divulgação)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 27 de outubro de 2017 às 13h00.

Última atualização em 27 de outubro de 2017 às 13h42.

São Paulo – O Grupo Boticário é a maior rede de franquias do Brasil. O negócio, que começou em 1977 como uma pequena rede de farmácias, conta atualmente com mais de 4.200 lojas e 9.300 funcionários.

Nessa história, porém, não há apenas acertos. Artur Grynbaum, presidente e sócio do Grupo Boticário, falou a empreendedores sobre os erros que cometeu e que observou ao longo dos 40 anos da rede.

Grynbaum discursou durante o Scale-Up Summit 2017, evento organizado pela Endeavor que ocorre hoje, em São Paulo. Ele deixou um recado para quem tem ou pensa em ter um negócio: a única chance de o país seguir em frente é através do empreendedorismo.

“Muito se fala nas grandes empresas, mas quem sustenta o país são as pequenas e médias empresas, que fazem a geração de oportunidades em lugares menores, muitas vezes mais carentes”, afirma.

“Cada franqueado tem sua loja, sua família, sua equipe com 10, 15 vagas em cada unidade. Você tem centenas de milhares de pessoas que trabalham muito. São verdadeiras histórias de vida. Você fica surpreso com o nível de empreendedorismo que essas pessoas têm.”

O grande erro dos empreendedores

Grynbaum conta que seus aprendizados na administração de negócios vieram da experiência da família no comércio. “Independente se você tem uma loja de três ou mil funcionários, digo que o comércio é uma pequena grande escola. Você tem de fazer um pouco de tudo: escolher mercadoria, negociar, vender, dar crédito e organizar as contas, por exemplo.”

Não dá para ser empreendedor e dar asas aos sonhos sem entender de gestão, na visão do empresário. E o grande calcanhar de Aquiles de donos de negócios que não sabem administrar está na gestão de pessoas.

“No começo do negócio, é tudo meio 'toca a vida e vamos lá'. Você trabalha para a sobrevivência do negócio e para que sua ideia seja compartilhada com as pessoas”, afirma o empresário.

Porém, a situação fica diferente quando você começa a ter dezenas ou centenas de funcionários: você não consegue encontrar todos os seus funcionários diariamente e surge a necessidade de organizar o relacionamento dentro da empresa.

Como fazer com que o modelo de gestão criado por você no início da empresa siga funcionando? Incentivando seus funcionários a virarem empreendedores dentro do seu negócio.

“Uma organização não é feita de uma só pessoa - isso acabou faz tempo. Todo o seu time deve ser de empreendedores”, defende. “‘Santo de casa não faz milagre’ é uma concepção errada de muitos donos de negócio. As pessoas têm ideias muito boas, e elas não surgem apenas de fora.”

Por isso, na próxima vez que um funcionário seu der uma ideia, não o destrate. “Se você escrachar o funcionário, você acabou de colocar um ‘X’ em qualquer iniciativa que possa acontecer na sua empresa. Você nunca vai conseguir inovar se suas pessoas só aparecem para cumprir regras”, afirma Grynbaum.

Essa atitude está relacionada a outro grande erro dos que empreendem: ter medo de inovar. Se isso acontecer com você, saiba que está convidando sua empresa a ser “a próxima frequentadora do cemitério”, nas palavras de Grynbaum. Conversando com outros empresários, ele afirma ter ouvido que muitos não se arriscam pelo receio de perder sua reputação (e os ganhos já obtidos).

“A gente não pode se congelar porque fez sucesso uma vez. É como ter jogado na Copa do Mundo, feito um gol e nunca mais querer pegar na bola novamente. Não funciona assim”, afirma.

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