Proprietários da Pepper Drinks, Denis Bueno e Elivis: : participação em cursos é uma constante na empresa (Divulgação/Jornal de Negócios do Sebrae/SP)
Mariana Fonseca
Publicado em 5 de janeiro de 2019 às 08h00.
Última atualização em 5 de janeiro de 2019 às 08h01.
Em agosto deste ano Denis Bueno, o irmão e sócio, Elvis, e três funcionários concluíram um curso de vendas de oito semanas. A participação em capacitações é rotina para proprietários e colaboradores da Pepper Drinks, empresa que presta serviço de bar e bartenders para eventos.
Os frutos da busca por qualificação estão no dia a dia do negócio. “Antes do curso, a nossa conversão imediata de clientes, ou seja, de fechamento de contratos, era de 50%; depois chegou a 86%”, afirma Denis Bueno. Porém, a empresa faz parte de uma minoria: segundo levantamento do Sebrae-SP, apenas 18,6% das micro e pequenas empresas (MPEs) tiveram alguém da equipe envolvido em cursos e treinamentos nos últimos 12 meses, ante 66,4% que não adotaram esse tipo de iniciativa no mesmo período. Já entre as MPEs envolvidas em atividades dessa natureza, 98,6% afirmaram que a participação foi útil para o empreendimento, revela a sondagem do Sebrae-SP.
Bueno conta que ele e o irmão costumam fazer os cursos alternadamente e, quando alguém da equipe não participa, eles repassam o conteúdo para todos. Eles já fizeram diversos cursos do Sebrae-SP, entre os quais um de planejamento estratégico, que também trouxe bons resultados. Segundo Bueno, a capacitação permitiu mapear os gastos e concluir que o melhor era trocar fornecedores, reduzindo em R$ 2 mil o valor mensal desembolsado com frutas.
Conforme o levantamento, entre os donos de MPEs que classificaram a capacitação como útil, 34,8% consideraram que houve melhora na qualidade de produtos e serviços da empresa; 28,6% entenderam que ocorreu aprimoramento no atendimento; 18% afirmaram que os processos de trabalho foram aperfeiçoados e para 11,3% o desempenho da equipe teve avanços.
Dos que relataram não ter participado de cursos e treinamentos nos últimos 12 meses, os principais motivos alegados foram não haver necessidade (47,6%), falta de tempo (18%) e falta de recursos da empresa (12,7%). Para a sondagem, o Sebrae-SP ouviu 1,7 mil MPEs da indústria, comércio e serviços.
As MPEs foram definidas como empresas de comércio e serviços com até 49 empregados e empresas da indústria de transformação com até 99 empregados, com faturamento bruto anual até R$ 4,8 milhões. Foram consideradas as respostas de proprietários, gerentes das empresas e familiares dos proprietários com atividades na empresa.
Na Pepper Drinks existe ainda outra prática voltada à qualificação: por iniciativa dos sócios, há cerca de três anos, foi montada na empresa uma biblioteca para os funcionários. Conforme eles avançam na leitura, ganham pontos que contam para uma eventual promoção. “Como eu já li todos os livros da biblioteca, tenho como saber se os colaboradores leram também”, explica Bueno.
Segundo ele, há obras disponíveis dos mais variados tipos, não se restringindo a títulos técnicos ou ligados apenas ao negócio. O empresário ressalta que a leitura ajuda na cultura geral dos empregados e no aprimoramento do modo como se expressam e se comunicam.