Cena do filme "Collateral beauty", com Will Smith: ator foi um dos investidores da Ethos (Facebook/Collateral Beauty/Divulgação)
Mariana Fonseca
Publicado em 15 de junho de 2018 às 18h00.
Última atualização em 15 de junho de 2018 às 18h00.
A empresa é pouco conhecida no Vale do Silício, mas seus investidores não passam despercebidos. A Ethos Technologies foi fundada em São Francisco no ano passado por uma dupla com MBA da Universidade de Stanford. Seu principal produto é um processo simplificado e acessível para compra de seguro de vida por prazo determinado – que paga o benefício se o segurado morrer em período definido.
A Ethos levantou US$ 11,5 milhões recentemente em uma rodada de captação liderada pela Sequoia Capital, baluarte do Vale do Silício. Participaram da rodada investidores menos previsíveis, incluindo o fundo de venture capital da empresa de entretenimento Roc Nation, pertencente ao rapper Jay-Z; a Downey Ventures, do ator Robert Downey Jr.; a Durant Co., do jogador de basquete Kevin Durant; e a Smith Family Circle, do ator Will Smith.
Seguro de vida talvez não seja um foco típico de magnatas de Hollywood, mas tem aumentado o número de investidores de capital inicial no segmento que combina seguro e tecnologia. De acordo com relatório da firma de pesquisa CB Insights divulgado em maio, o número de investidores de venture capital no segmento aumentou de 53 em 2012 para 217 em 2017. Desde 2012, esses investidores despejaram US$ 9 bilhões no ramo.
Para se destacar entre tanta concorrência, a Ethos usa a “tecnologia mais moderna e análise preditiva” e reduz a burocracia, disse o cofundador e presidente Peter Colis. Cerca de “99 por cento dos nossos clientes não fizeram exame médico, exame de sangue ou o processo de aprovação tradicionalmente prolongado”, acrescentou Colis.
Em vez disso, as pessoas conseguem solicitar seguro de vida em 10 minutos e o pagamento mensal é a partir de US$ 6. “Usando software, podemos ajudar grandes números de clientes em escala, independentemente do tamanho da apólice”, explicou Colis.
A empresa já tem autorização para operar em 49 estados americanos. Para originação das apólices, sua parceira é a Assurity Life Insurance, e a resseguradora é a Munich RE.
Antes da captação, a Downey Ventures e a agência de talentos Creative Artist Agency enviaram bastante gente ao escritório da Ethos. “Não havia cadeira para todo mundo”, lembra Colis. “Por isso, apresentei a proposta de investimento de 60 minutos sentado no radiador, tentando fingir que estava tudo tranquilo”, ele disse. “Uma das primeiras coisas que fizemos com o capital de investimento foi comprar cadeiras.”
A companhia pretende conquistar clientes que nunca tiveram seguro e convencer pessoas já seguradas a mudar de plano. Segundo estudo do website especializado insuranceQuotes.com, mais de um terço dos adultos americanos não tem seguro de vida. No entanto, a concorrência no segmento já é grande, com outras startups como Ladder Financial e Social Finance oferecendo produtos similares. O executivo da Sequoia que liderou a rodada de captação vê espaço suficiente para a Ethos crescer.
“É uma equipe que fez muito com muito pouco”, disse Roelof Botha. “Isso mostra a criatividade e o bom uso dos recursos que atraem investidores.” Botha também terá um assento no conselho da Ethos.