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Por onde começar a cortar custos em períodos de crise?

Especialista afirma que o empreendedor deve avaliar privilégios e benefícios extras que podem ser reduzidos ou cortados temporariamente

Economia (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2015 às 10h51.

Por onde começar a cortar custos em períodos de crise?
Respondido por Ana Paula Paulino da Costa
, especialista em finanças

Em períodos de crise, é preciso ser ainda mais intransigente com desperdícios. Isso implica um olhar mais acurado não somente para os custos de fabricação como também para as despesas mensais.

Tem redução de custos que está atrelada a mudança de tecnologia, a crescimento e outros caminhos que implicam em investimentos. Nem sempre na crise isso é factível, seja por falta de financiamento ou de reservas suficientes para fazer o investimento. O fato é que, na crise, as folgas financeiras diminuem e até mesmo desaparecem. O foco aqui, portanto, não é a redução de custos associada a investimentos.

A redução de custos e de despesas pode ser obtida mediante três perguntas básicas. “É possível fazer a mesma coisa com os menos recursos, gastando-se menos?”. “Essa redução de recursos afeta negativamente a qualidade do produto ou serviço que ofereço?” “A demanda aceitará essa redução na qualidade se ela for acompanhada de uma redução no preço?”.

Muitas vezes, na crise, a demanda aceita uma redução na qualidade com uma redução de preço. Afinal, ela também precisa apertar o cinto. Adicionalmente, não se pode descartar a hipótese que uma redução do custo significativa tenha o lucro sustentado mediante a quantidade maior vendida. Isso, obviamente, vai depender do tipo de produto ou serviço a ser oferecido. Mas se a demanda não aceitar essa redução de qualidade, mesmo com redução do preço, não busque esse caminho.

Alternativas incluem esforços para uma melhor negociação com os fornecedores, em prazo de pagamento, descontos por quantidade e lotes promocionais. Eles também podem estar com dificuldades, precisando ajudar seus compradores.

Outra frente diz respeito às despesas e retiradas. Aceite uma redução da sua remuneração e do lucro, até para legitimar a redução em outros itens. Como mensagem aos funcionários, é preciso reavaliar privilégios e benefícios extras que podem ser reduzidos ou cortados temporariamente. Despesas como carros, celulares e viagens devem ter um controle maior sobre a sua necessidade.

Estabelecer novos limites para as despesas ou mudar as alçadas de decisão também pode ajudar. Reduzir o consumo de água, energia, telefonia, papel também pode fazer a diferença. Repasse todos os itens sob o questionamento: “dá para reduzir sem afetar as vendas?” e atente-se para o fluxo financeiro. Em tempos de crise, os juros aumentam e entrar no cheque especial ou em empréstimos por desorganização custará mais caro.

E cuidado! Não caia na sedução de reduzir naquilo que parece fácil como o percentual de comissão dos vendedores. Na crise, muito provavelmente você precisará ainda mais deles. A demanda não estará aquecida e quem atender melhor terá mais chance de vender. Às vezes até um aumento de comissão deve ser considerado.

A partir dessa necessidade das vendas, volte-se para os demais itens e comece a perguntar o que pode ser cortado. A redução dos privilégios, dos extras e depois de todas as despesas deve estar subordinada à necessidade das vendas.

Ana Paula Paulino da Costa é especialista em finanças e docente da BSP - Business School São Paulo.

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