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Da Redação
Publicado em 5 de junho de 2012 às 16h39.
Pode haver uma nova bolha de startups?
Respondido por Cassio Spina, especialista em startups
As chamadas “bolhas” são movimentos especulativos, isto é, quando o preço de um ativo cresce aceleradamente em função apenas da especulação. Assim, sem um fundamento que sustente o aumento contínuo de preços, no momento em que os especuladores começam a vender os ativos adquiridos para lucrarem efetivamente, as bolhas estouram.
É muito difícil prever bolhas em mercados que trabalham com expectativas futuras, como o das startups. Pois as receitas e lucros das mesmas podem apenas serem projetados, sem qualquer histórico que possa fundamentá-los. Outro fator impulsionador das bolhas é a disponibilidade de dinheiro na economia com juros baixos, que pode incitar especuladores a tomarem empréstimos a baixo custo para aplicar no mercado e lucrar.
Hoje, apesar de existir uma grande quantidade de capital disponível, em especial no caixa de grandes empresas, estas estão relativamente conservadoras na utilização do mesmo para aquisições, o que certamente elevaria os preços das ações das empresas adquiridas e consequentemente os das startups. Esta cautela se deve ainda as incertezas da economia mundial, que levam as empresas a serem mais conservadoras nas suas aquisições.
Como contraexemplo tivemos recentemente a aquisição do Instagram pelo Facebook pelo valor estimado de US$ 1 bilhão, mas pela evolução das suas ações logo após o IPO, o mercado está sinalizando que quer mais garantias e resultados consistentes para fazer apostas mais arriscadas.
Não é muito fácil prever bolhas, mais ainda no caso das startups devido às suas características. Para evitar cair nesta armadilha: basta seguir os seus fundamentos e não aceitar precificações irreais.
Cassio A. Spina foi empreendedor por 25 anos, é investidor-anjo e fundador da Anjos do Brasil.