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Pequenos negócios usam inteligência artificial para se destacar no Google

Gigante de buscas divulgou resultado de suas “campanhas inteligentes”, que desenvolvem anúncios por meio de IA e focados em pequenos e médios negócios

Smartphones: neste ano, o iFood teve 1,2 milhão de pesquisas médias mensais por seu nome (Pinterest/Reprodução)

Smartphones: neste ano, o iFood teve 1,2 milhão de pesquisas médias mensais por seu nome (Pinterest/Reprodução)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 24 de abril de 2019 às 06h00.

Última atualização em 24 de abril de 2019 às 06h00.

Segundo a gigante de tecnologia Google, o mundo ganhou um bilhão de pessoas conectadas entre 2013 e 2017 -- e ganhará mais um bilhão delas até 2021. Entre os responsáveis por esse crescimento estão mercados emergentes, como o Brasil. Mas há um obstáculo para que o Google aproveite financeiramente essa expansão: os pequenos e médios negócios nacionais ainda usam pouco o mundo online, e menos ainda os anúncios comercializados pela gigante.

A principal aposta para mudar esse quadro é a inteligência artificial. As “campanhas inteligentes” da empresa de tecnologia surgiram em setembro do ano passado no Brasil, três meses depois de seu lançamento nos Estados Unidos. Em evento para a imprensa em São Paulo, o buscador divulgou os primeiros resultados da iniciativa. 

Na interface inicial do Google Ads, os empreendedores selecionam o perfil de seu negócio, o objetivo de sua campanha (como ter tráfego em seu site, receber ligações ou gerar visitas no ponto comercial) e sua localização. Criam um anúncio e determinam um orçamento e tempo para a publicidade. Todo o processo leva menos de dez minutos.

Com as campanhas inteligentes, um algoritmo próprio do Google cuida de tudo que surge após esse processo. A inteligência artificial seleciona as palavras-chaves mais eficientes, comparando custo de compra e geração de resultados. Se o seu negócio atua em nichos, nem sempre vale a pena competir por termos de busca amplos e mais caros, por exemplo.

“Um a cada quatro negócios nos conta que não possuem tempo para administrar suas campanhas e a maioria deles não atua no segmento de marketing. Então, focamos em uma ferramenta com o uso mais simples e eficiente possível”, afirmou Kim Spalding, diretora global em gerenciamento de produtos para pequenas e médias empresas.

Kim Spalding, diretora global em gerenciamento de produtos para pequenas e médias empresas

Kim Spalding, diretora global em gerenciamento de produtos para pequenas e médias empresas (Google/Divulgação)

O Relatório de Impacto Econômico do Google no Brasil mostra que cada empresa anunciante, das pequenas às grandes, ganha entre 5,75 e 12,50 reais em vendas para cada real investido no Google Ads. Outro estudo mostrou que campanhas dotadas de inteligência artificial fazem com que PMEs alcancem resultados três vezes melhores e tráfego de consumidores 80% mais relevante em comparação ao uso manual do Ads.

O próximo passo é levar a IA para a sugerir e alterar textos dos anúncios, tornando-os mais persuasivos. A novidade está em fase de testes nos Estados Unidos e deve chegar ao Brasil “nos próximos meses.”

A importância dos pequenos para o Brasil (e para o Google)

Segundo Spalding, as PMEs são a base de sustentação do crescimento econômico em diversos países -- incluindo o Brasil, “mercado crucial” para a gigante de tecnologia. Os negócios nacionais geram 27% do Produto Interno Bruto (PIB) e 52% dos empregos de carteira assinada.

Por aqui, as ferramentas de anúncios do Google atenderam mais de 60.000 empresas e organizações em 2018. Esses negócios usaram plataformas como o Google Ads para anunciar em sites na internet ou para aparecer na página do buscador.

No mundo inteiro, a venda de espaços de publicidade já rende ao Google mais de 100 bilhões de dólares por ano, segundo os balanços do ano passado. No último trimestre de 2018, os ganhos com publicidade representaram 83% do faturamento da Alphabet, companhia-mãe do Google.

Mas ainda há espaço para crescer. Segundo pesquisas do Google, apenas 40% dos cerca de 12,4 milhões de empreendimentos brasileiros possuem um site, contra 53% dos negócios norte-americanos. A gigante de tecnologia criou a ferramenta Google Meu Negócio, que permite criar um site adaptado ao uso de celulares gratuitamente em até dez minutos, para fazer com que os 40% virem 100% em um futuro próximo.

Ter canais online desenvolvidos é uma demanda dos usuários. O Brasil está entre os cinco maiores mercados do Google em plataformas com mais de um bilhão de internautas, incluindo o tradicional buscador; o sistema operacional Android; e o navegador Google Chrome.

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