Google, em São Paulo: a gigante criou seu próprio programa de aceleração, chamado "Launchpad Accelerator" (CLAUDIO PEPPER/Divulgacao/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 13 de maio de 2016 às 12h05.
São Paulo – Nesta semana, o Google anunciou a segunda turma de startups que participará da aceleradora da gigante da tecnologia, chamada "Launchpad Accelerator".
A iniciativa, desenvolvida para fomentar o crescimento de soluções digitais inovadoras que já estejam disponíveis em seus mercados, tem a duração de seis meses e foi criada para funcionar como um complemento ao trabalho que já é realizado pelas aceleradoras (veja mais sobre o programa).
Ao todo, seis das 24 empresas selecionadas pelo Google são brasileiras: AppProva, BankFacil, Edools, Emprego Ligado, GetNinjas e Love Mondays. Elas começarão a aceleração em junho deste ano. Também foram selecionadas empresas do México (uma nova adição ao programa), da Índia e da Indonésia.
Vale lembrar que, no começo do ano, outros oito negócios brasileiros foram escolhidos para a primeira turma da Launchpad Accelerator: AgroSmart, Cuponeria, Elo7, Hand Talk, ProDeaf, Qranio, SuperPlayer e UpBeat Games.
O que todas essas startups possuem em comum? Ou melhor: como sua empresa pode fazer parte do time? Para descobrir, falamos com José Papo, gerente de relacionamento com desenvolvedores e startups para a América Latina e responsável pelo programa.
Primeiro, vale ler o que o próprio Google escreve no regulamento do programa de aceleração. A Launchpad Accelerator busca startups de tecnologia que já possuam um produto e que queiram aumentar a velocidade de seu crescimento; além disso, é avaliado o possível impacto na economia local, regional e em mercados emergentes.
São procuradas startups em estágio mais avançado: os negócios precisam ou já ter passado por um processo de aceleração ou já ter recebido algum tipo de investimento.
Além dos critérios básicos, José Papo cita outros pontos de atenção para a gigante da tecnologia. "O processo que fazemos lida muito com dados das próprias startups e do Google. Analisamos, por exemplo, se o número de usuários do negócio cresce, fica estável ou diminui, e se os consumidores continuam usando o serviço ou se abandonam logo no começo", afirma.
Outro ponto que a gigante considera é o encaixe que o produto ou serviço tem em relação às necessidades do seu público-alvo. "Vemos se o produto já tem um certo 'fit' com o mercado. O nosso foco não é uma área específica porque, como Google, nossa ideia é abarcar todos os mercados. Sabemos que elas terão impacto no ambiente digital, de uma forma ou de outra."
Por último, o Google considera bastante o time que compõe a empresa e "como essa equipe performa".
O processo de aceleração será o mesmo visto na primeira turma da Launchpad Accelerator. O investimento financeiro do Google é de 50 mil dólares (195 mil reais) por startup.
Já no primeiro mês de aceleração, as startups da primeira turma irão passar duas semanas na sede do Google, em Mountain View, no Vale do Silício (Califórnia, Estados Unidos).
Tanto lá quanto durante o resto da aceleração, a empresa disponibilizará o acesso aos especialistas do Google e também de fora dele, em diversos países. Ao voltar de Mountain View, os acelerados.
Por fim, o Google oferecerá créditos em produtos de computação em nuvem da empresa, totalizando 100 mil dólares (390 mil reais) por startup. O valor pode ser gasto em um ano.
Portanto, ao todo, os benefícios oferecidos serão o investimento em dinheiro (seed funding), a visita à sede do Google, mentorias e networking, espaço de coworking e créditos em produtos de Cloud da empresa.
A gigante ressalta que, diferente da maioria das aceleradoras, não cobra uma participação na startup em troca dos benefícios.
A iniciativa do Google, supostamente, foi programada para durar apenas por um ano (duas turmas de aceleração). Por isso, ainda não está 100% certo se haverá uma nova seleção ou não. "Porém, as chances são altas. Por isso, mantivemos o processo de inscrição aberto". É possível preencher o formulário de forma adiantada por este link.
O questionário será analisado por uma equipe do Google e inclui informações sobre a estrutura da equipe e a tecnologia desenvolvida pelo time.