A empreendedora Catalina Girald, dona da Naja (Divulgação)
Rita Azevedo
Publicado em 4 de junho de 2016 às 22h40.
São Paulo — Mostrar às mulheres que não é preciso se encaixar em estereótipos de beleza tem se tornado uma bandeira de muitas empresas. A empreendedora Catalina Girald decidiu, há dois anos e meio, criar um negócio especificamente para isso. Ela é sócia da fabricante americana de lingerie Naja, que faturou 4 milhões de dólares em 2015.
No último mês, a empresa lançou uma coleção de calcinhas e sutiãs com sete tons diferentes de nudes. A ideia, de acordo com Catalina, era não a de apenas atender pessoas com diversos tons de pele, mas o de retratar as mulheres reais. Na campanha, batizada de Nudes for All, as modelos foram substituídas por mulheres com corpos e ocupações variadas.
A preocupação com o empoderamento feminino, no entanto, não ficou restrita às campanhas de marketing. Desde a criação da empresa, Catalina — que trabalhava como advogada antes de iniciar um negócio — adotou algumas práticas para que a intenção não ficasse apenas no discurso. Veja algumas:
Pessoas
A Naja mantém uma fábrica em Medellin, Colômbia, terra natal de Catalina. No local, só são empregadas mães solteiras ou chefes de família que morem em comunidades pobres da região.
Desenho das coleções
Cada coleção é inspirada em ícones femininos, como a pintora mexicana Frida Kahlo. Em cada uma das peças, aparecem frases como "Não se compare aos outros, você é única" ou "Seja seu próprio modelo de beleza".
Propagandas
As campanhas publicitárias não mostram modelos em poses sensuais, como é comum nos anúncios de lingerie. "As mulheres devem comprar lingeries para se sentir bem, não para agradar aos homens", diz a empreendedora.