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O que a operadora de cartão não diz aos empreendedores

Ao negociar as taxas administrativas das operadoras de cartões de crédito, o empreendedor precisa fazer perguntas e analisar o volume de vendas da sua empresa

Cartão de crédito (Divulgação)

Cartão de crédito (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2012 às 06h00.

São Paulo – O uso de cartões de crédito e débito para pagamentos é cada vez mais comum entre a população brasileira. De acordo com a pesquisa Mercado de Meios Eletrônicos de Pagamento, realizada no ano passado pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) e a Datafolha, das aproximadamente 25 milhões de pessoas entrevistadas, 72,4% têm cartão de crédito ou débito. Por isso, ter uma máquina na sua pequena ou média empresa pode ajudar no aumento do faturamento ou na atração de novos clientes.

Entretanto, antes de adotar o sistema de pagamento por meios eletrônicos, é preciso ter certeza de que o seu negócio irá se beneficiar dessa decisão. As taxas do aluguel das máquinas, a comissão sobre o valor de uma venda e a demora para receber o dinheiro do pagamento realizado por cartões de créditos, por exemplo, podem não ser vantagens para o pequeno empresário.

Para Marcelo Nakagawa, coordernador do Centro de Empreendedorismo do Insper, o empreendedor deve colocar no papel todos os custos que envolvem adotar uma bandeira de cartão na sua empresa. “Ele deve planejar os custos fixos e uma projeção para comissão de cartão de crédito e de débito, além do valor do aluguel da máquina e o custo da conta telefônica ao fim de um mês”, afirma. Dessa maneira, ao conversar com os responsáveis pelas operadoras de cartões de crédito, o poder de negociação aumentará.

1. “Conheça sua real necessidade”

Os clientes são os melhores indicadores para avaliar se a sua empresa precisa de um meio eletrônico de pagamento. “Se a clientela prefere pagar em dinheiro, o aluguel da máquina passa a ser um custo fixo a mais”, explica Alessandro Saad, professor da Business School São Paulo.

Normalmente, as vendas aumentam com a aceitação de cartões de crédito e débito no estabelecimento. Nakagawa explica que o empreendedor precisa comparar com as vendas dos meses anteriores e se o aumento das vendas for apenas de 5%, é preciso reavaliar, pois não é vantajoso para o bolso do empresário.


2. “Pesquise as taxas”

Tornar sua empresa atraente fará com que a operadora não queira perdê-la para a concorrência. Segundo Dariane Castanheira, professora do Programa de Capacitação da Empresa em Desenvolvimento da Fundação Instituto de Administração (ProCED/FIA), dependendo do volume de faturamento do seu negócio, é possível negociar um desconto nas taxas, já que é cobrada uma porcentagem sobre o volume mensal de vendas.

Para isso, é importante ter todas as informações financeiras de seu negócio em ordem. Nakagawa explica que dependendo da bandeira adotada, há a possibilidade da antecipar recebimentos das vendas via cartão de crédito e isso varia de banco para banco.

3. “Negocie um programa de benefícios”

O acúmulo de pontos com o uso das máquinas de cartão pode ser uma vantagem para o pequeno empresário. É possível trocar pontos acumulados pelas vendas por prêmios que podem acabar beneficiando sua equipe de funcionários.

Dependendo do tipo de programa de relacionamento, o empreendedor pode trocar seus pontos por ingressos para cinema ou eletrodomésticos, que podem ser usados para presentear sua equipe ou no próprio negócio.

4. “A máquina pode ser autossustentável”

Determinadas operadoras de cartão de crédito permitem que outros serviços sejam realizados na máquina, como a recarga de celulares pré-pagos. Essa opção pode ser interessante, por exemplo, para lanchonetes, padarias ou farmácias. Cada vez que o serviço é utilizado a empresa recebe uma quantia que, ao longo de um mês, pode cobrir o valor do aluguel da máquina.

Entretanto, Nakagawa alerta que, muitas vezes, se o serviço não interessar à sua clientela, não vale a pena adotá-lo.

5. “Negocie em conjunto”

Antes de negociar com as operadoras, consulte os empreendedores da sua região. Verifique quais são as bandeiras mais utilizadas e, se possível, descubra as taxas de comissão cobradas. “Ao pesquisar quanto cada um está pagando, ele terá argumentos para diminuir as taxas”, explica Nakagawa. Assad afirma que acordos sobre as taxas administrativas das operadoras podem sair mais facilmente com a reunião dos donos das lojas de um centro comercial, por exemplo.

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